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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Artigos: Sobre a Loucura



De acordo com o dicionário Houssais de língua portuguesa, a loucura pode ser definida como “distúrbio ou alteração mental caracterizada pelo afastamento mais ou menos prolongado do indivíduo de seus métodos habituais de pensar, sentir e agir”.



O “ser louco” faz parte de toda uma discussão que abrange algumas ciências. Para a Filosofia esta condição depende da sociedade em que se vive, do momento histórico e da cultura vigente. O que é “loucura” no Brasil, por exemplo, pode não ser numa cultura completamente diferente como nas tribos africanas.



No âmbito jurídico a insanidade mental acarreta na aplicação da lei de modo diferenciado, pois se pressupõe que a relação com a lei, estabelecida pelo “louco”, não é a mesma que a estabelecida pela pessoa “normal”. Assim as sanções devem ser aplicadas considerando-se esses aspectos.



Para a medicina, mais especificamente a psiquiatria, a loucura é resultante de alguma doença mental. Nessa visão fica implícito que há o normal e o patológico como campos distintos, sendo que cada estado tem suas determinadas características. A loucura para essa ciência é diagnosticada por profissionais da área. O tratamento está baseado na supressão dos sintomas e na contenção do paciente que se encontra em surto.

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De modo distinto à Medicina, para a Psicanálise a “loucura” não parte do pressuposto da divisão entre o normal e o patológico. Freud, ao fundar a Psicanálise, afirma que a loucura faz parte de cada um de nós e está de certa maneira no inconsciente e os “loucos” são aqueles que não resistiram a uma luta que é uma constante à todos nós na relação com o que é inconsciente.

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Jacques Lacan, outro psicanalista bastante influente, considera: "Longe de ser a loucura o fato contingente das fragilidades de um organismo, ela é a virtualidade permanente de uma falha aberta na sua essência. Longe de ser para liberdade 'um insulto', ela é sua mais fiel companheira, ele segue seu movimento como uma sombra. E o ser do homem não pode ser compreendido sem sua loucura, assim como não seria o ser do homem se não trouxesse em si a loucura como limite de sua liberdade."



Finalizando, para a Psicanálise, o que se chama de loucura, o delírio, as alucinações, são elementos que são bastante valorizados para o trabalho. Assim, eles não devem ser eliminados ou suprimidos, mas sim integrados no trabalho, pois podem ser considerados como uma tentativa de cura, já que expressam a subjetividade.



Para a sociedade em geral, acredito que não basta afastar os “loucos” excluindo-os do trabalho, da escola e, principalmente, da convivência familiar. A loucura sempre fez e fará parte da vida humana, sendo uma propriedade desta.