Sociólogo Fernando Henrique Cardoso fala na ABL sobre “O futuro nacional do Brasil” em palestra de abertura do ciclo “Futuros do presente: o Brasil imaginado”
O sociólogo, escritor, ex-Presidente da República e Acadêmico eleito Fernando Henrique Cardoso falará sobre o tema “O futuro nacional do Brasil” na palestra de abertura do ciclo de conferências da Academia Brasileira de Letras , do mês de agosto, denominado “Futuros do Presente: o Brasil imaginado”. A coordenação é do Acadêmico e historiador José Murilo de Carvalho e o evento está programado para o dia 6, terça-feira, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., 280 lugares, na sede da Academia, na Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada franca.
O ciclo terá mais três conferências, todas no mês de agosto: dia 13, “O futuro social do Brasil”, com o economista Marcelo Neri; dia 19, “O futuro internacional do Brasil”, com o professor Jacques Marcovitch; e dia 27, “O futuro cultural do Brasil”, com o ensaísta e professor Silviano Santiago.
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Eleito, no dia 27 de junho deste ano, para a Cadeira nº 36 (fundada por Afonso Celso) da ABL, na sucessão do jornalista João de Scantimburgo, Fernando Henrique Cardoso foi Presidente da República em dois mandatos sucessivos (1995-1998 e 1999 - 2002). Doutor em Sociologia e Professor Emérito da Universidade de São Paulo, a obra de Cardoso abrange os campos da sociologia, ciência política, economia e relações internacionais.
Dentre outras instituições acadêmicas, foi professor nas universidades de Stanford, Berkeley e Brown, nos Estados Unidos, Cambridge, no Reino Unido, Paris-Nanterre, Collège de France e Maison des Sciences de LHomme, na França, FLACSO e ILPES/CEPAL, em Santiago do Chile, bem como na Universidade do Chile. Ex-Presidente de Associação Internacional de Sociologia, é autor ou coautor de 23 livros e de mais de cem artigos acadêmicos. Seu livro Dependência e Desenvolvimento, publicado originalmente em espanhol em 1969, em coautoria com Enzo Falletto, é um marco nos estudos sobre a teoria do desenvolvimento, com dezenas de edições em 16 idiomas.
Participante ativo dos movimentos pelo restabelecimento do Estado de Direito no Brasil, envolveu-se com a política no final dos anos 70. Foi Senador pelo estado de São Paulo, Ministro das Relações Exteriores e Ministro da Fazenda, elegendo-se Presidente no primeiro turno da eleição de 1994. Sua trajetória como político foi consistente com sua vocação de intelectual comprometido com a defesa da liberdade, promoção da democracia e construção de uma ordem internacional mais justa. Ao término do mandato presidencial, Cardoso dedicou-se até hoje à promoção da paz, democracia e justiça em escala global. É membro do The Elders, grupo de dez líderes globais criado por Nelson Mandela para defender a paz e os direitos humanos. Foi o primeiro presidente do Clube de Madrid, que reúne Chefes de Estado e de Governo de países democráticos. Presidiu o Painel da ONU sobre as Relações entre as Nações Unidas e a Sociedade Civil e o Painel para Revitalização da UNCTAD.
Seus livros mais recentes são O presidente e o sociólogo (1998), A arte da política (2006), The accidental president of Brazil (2006), Cartas a um Jovem Político (2008) e A soma e o resto: um olhar sobre a vida aos 80 anos (201 1). Seu último livro é Pensadores que inventaram o Brasil. Recebeu inúmeras honrarias e condecorações, sendo de destacar, no Brasil, a Ordem do Mérito, e no exterior, a Grã Cruz da Legião de Honra da França, o grau de cavaleiro na Ordem de Bath, na Inglaterra, as várias distinções recebidas de Portugal (Grão Cruz da Ordem Militar da Torre e da Espada, além da Ordem da Liberdade) e da Espanha (Grã Cruz e Colar de Isabel, a Católica). Quase todos os países da América Latina, do mesmo modo, distinguiram-no no mais alto grau.
Dentre os doutorados Honoris Causa que recebeu, contam-se os das Universidades de Bolonha, Salamanca, Cambridge, Oxford, London School of Economics e Lyon na Europa, Rutgers e Brown nos Estados Unidos, Quebec e London no Canadá bem como as Universidades do Chile e de Moscou. Em 2012 Cardoso foi agraciado com o Kluge Prize da U.S. Library of Congress for Lifetime Achievement in the Study of Humanity, a mais prestigiosa distinção na área das ciências humanas.