O 1º Festival Literário Internacional de Belo Horizonte – FLI-BH, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte em parceria com a Associação de Amigos do Centro de Cultura de Belo Horizonte, tem como objetivo contribuir para a valorização da literatura junto à população e aos visitantes de Belo Horizonte, para a formação de leitores literários, bem como conferir visibilidade a escritores, ilustradores e profissionais que se dedicam a essa linguagem.
O FLI-BH, culminância da ação bibliotecária desenvolvida durante todo o ano pela Fundação Municipal de Cultura, pretende, também, divulgar a produção literária da cidade ao lado das produções nacional e internacional, e promover o diálogo entre a literatura e outras linguagens artísticas.
No romance Dom Quixote, cujos 400 anos de publicação de sua segunda parte se comemoram em 2015, há uma ideia que serve de ponto de partida para pensarmos a primeira edição do FLI-BH: a utopia do Cavaleiro Andante, a busca incansável pela concretização de um sonho ou fantasia, a construção de um lugar idealizado na mente de um indivíduo que acaba por contaminar, de formas diversas, todos com que tem contato.
Seria apenas acaso o fato de que na América Latina, séculos mais tarde, surgiu ou tornou-se um gênero literário o realismo fantástico, que em muitos de seus expoentes tem uma intensa verve política? Um continente que passou por uma colonização escravista, exploradora, cruel e que ainda convive com situações degradantes não sonharia, sempre, com um lugar ideal, com a liberdade, com um mundo mágico onde a ficção indicasse caminhos para o enfrentamento da realidade? Dito de outra maneira, com uma cidade imaginada e construída pela fantasia?
Com a curadoria de Afonso Borges, Beatriz Hernanz e Leida Reis e com o tema Imagina o mundo, imagina a cidade, o FLI-BH trará à capital mineira escritores, ilustradores, críticos e especialistas de vários lugares do Brasil e do exterior, aproximando livros e leitores.
A primeira edição do FLI-BH faz homenagem óbvia, mas indiscutível, ao escritor Carlos Drummond de Andrade, que levou Minas para além de suas montanhas.