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sexta-feira, 3 de julho de 2015

O professor de música, atração do projeto Ópera na UFRJ – 3 a 5 de julho de 2015

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O professor de música
, atração do projeto Ópera na UFRJ

Ópera atribuída a Pergolesi será encenada no Teatro Municipal João Caetano, de Niterói, e no Theatro D. Pedro, de Petrópolis. 
Foto: Rafael Reigoto
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COMO 18ª montagem do projeto Ópera na UFRJ, as Escolas de Música, Belas Artes e Comunicação apresentam ao público de Niterói e Petrópolis mais um espetáculo de alta qualidade, O professor de música (Il Maestro di musica, em italiano), ópera cômica em dois atos atribuída ao compositor Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736).

ponto
É a quin­ta ó­pe­ra a ser rea­lizada­­ em par­ce­ria com os tea­tros mu­ni­ci­pais João Cae­ta­no e D. Pe­dro, com apoio do E­di­tal Pró-Cul­tu­ra e Es­por­tes/PR5, Fa­perj e Dell’Arte, dan­do se­quên­cia ao su­ces­so de Don Qui­xo­te nas Bo­das de Co­ma­cho, de Te­le­mann, em 2011; Co­si fan tutte, de Mo­zart, em 2012; Ca­so no Jú­ri, de Gil­bert e Sulli­van, em 2013; e O di­le­tan­te, de João Guilher­me Ripper, en­ce­na­da em 2014 em co­me­mo­ra­ção aos 20 anos do pro­je­to e e­lei­ta, pe­lo jornal O Glo­bo, um dos dez melho­res con­cer­tos do ano.
A mon­ta­gem de O pro­fes­sor de mú­si­ca tem du­ra­ção de 60 mi­nu­tos e classi­fi­ca­ção li­vre pa­ra to­das as fai­xas e­tár­ias. O so­pr­ano Mi­che­le Ra­mos en­car­na Lau­retta a a­lu­na di­le­ta de Lam­ber­to, pro­fes­sor de mú­si­ca, vi­vi­do pe­lo te­nor Sau­lo Lau­cas. Com­ple tam o qua­dro de so­lis­tas o bai­xo Cí­ce­ro Pi­res Pin­to, que in­ter­preta Co­la­gianni, e o mezzo-so­pr­ano He­le­na Lo­pes, Do­ri­na.
A direção cênica do espetáculo é de José Henrique Moreira, professor do curso de Direção Teatral da Escola de Comunicação. Priscila Bomfim, da Escola de Música, assina a direção musical e divide com Jésus Figueiredo a regência da Orquestra Sinfônica da UFRJ (OSUFRJ). As professoras Desirée Bastos e Andréa Renck, ambas da Escola de Belas Artes, coordenam respectivamente o figurino e cenografia da montagem.
Pergolesi
Compositor italiano, nascido em Jesi, perto de Ancona, em 1710, Giovanni Battista Pergolesi começou a estudar violino muito cedo e, demonstrando uma notável aptidão, aos 16 anos foi convidado a ingressar no Conservatorio dei Poveri di Gesu Cristo, em Nápoles. Com a família a atravessar um período difícil, Pergolesi decidiu começar a compor profissionalmente. O seu primeiro trabalho de sucesso foi a ópera Salustia, premiada em Nápoles em 1732 quando tinha apenas 22 anos. Compôs mais de 30 sonatas para violino e baixo, sendo que 24 foram editadas postumamente em Londres. Depois de alguns insucessos no teatro, Pergolesi compôs uma obra marcadamente napolitana, Lo frate ‘nnamorato, bem recebida pelo público. Em seguida, apresentou uma ópera, Il prigioner superbo, e um intermezzo em tom de comédia, La serva padrona, que obteve enorme sucesso. Em seu último ano de vida, compôs um Stabat Mater e uma Salve Regina, suas derradeiras peças. Pergolesi, considerado um dos grandes criadores da ópera cômica, faleceu com apenas 26 anos.
Autoria controversa
Foto: Divulgação
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JÉSUS Figueiredo.
Embora usual, a atribuição da autoria de Il maes­tro di mu­si­ca a Pergolesi é questionada e, segundo pesquisas musicológicas, se deve a um curioso acontecimento. Em 1752, uma companhia de ópera italiana se instalou no A­ca­de­mie de la Musique, de Pa­ris, e levou à cena La ser­va pa­dro­na, de Pergolesi. Apesar de já ter sido mon­ta­da em 1749, foi sua a­pre­sen­ta­ção no prin­ci­pal tea­tro mu­si­cal de Pa­ris que a transformou num enorme sucesso. A companhia, no ano seguinte, encenou Il maes­tro di mu­si­ca como sen­do de Per­go­le­si pa­ra, e­vi­den­te­men­te, a­pro­vei­tar o su­ces­so de La serva pa­dro­na. Foi des­ta for­ma que Per­go­le­si, já falecido, ganhou um novo sucesso, que perdura até hoje.
Il maestro seria, na verdade, de Pietro Auletta (1698-1771), ou do que sobrou da sua ópera cômica de maior sucesso, L’Orazio (1737). Quando esta obra percorreu oa teatros de toda a Europa, era modificada em cada cidade em que era apresentada, sendo números retirados e/ou substituídos por outros de autores locais ou não. Segundo Bruno Furlanetto, do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o resultado desta mistura de várias peças, de diversos compositores, foi apresentado aos franceses em 1752 como Le maitre de musique e publicado em 1753 como sendo de Pergolesi.
estrela SERVIÇOTeatro Municipal João Caetano, Niterói. Rua Quinze de Novembro, 35, Centro. Tel.: (21) 2620-1624. In­gres­sos po­pu­la­res a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia entrada). Theatro D. Pedro, Petrópolis. Praça dos Ex­pe­di­cio­ná­rios – Centro. Tel.: (24) 2235-3833. Ficha técnica do espetáculo e demais informações no site da Escola de Música.