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quinta-feira, 19 de março de 2015

FGV/Ibre debate índices de confiança e tendências econômicas em Workshop do Banco Central

Num momento em que os rumos da economia brasileira estão cada dia mais incertos — devido, entre outros fatores, às turbulências políticas, ao ajuste econômico e ao baixo crescimento —, discussões envolvendo a expectativa dos empresários e consumidores a respeito do futuro ganham relevância ainda maior. Pegando como gancho a atual conjuntura, além do interesse gradual em aprofundar o tema nos últimos anos, o Banco Central do Brasil (BCB) realizou na última segunda-feira (16), em Brasília, o I Workshop “Expectativas de Mercado e Sondagens de Tendências Econômicas”. O objetivo do evento, que contou com a participação de economistas e pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), do próprio BCB, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi trocar experiências, conhecimento e, além disso, entender como os indicadores de confiança podem, na prática, influenciar e antecipar o comportamento da economia e vice-versa.
Luiz Pereira Awazu, diretor de Política Econômica e Assuntos Internacionais do BC, abriu a mesa de debates, seguido por Eduardo Lima, chefe do Departamento de Pesquisa do BC, e pelo vice-presidente do Ibre, Vagner Ardeo. Na ocasião, eles reiteraram os esforços em pesquisa que estão sendo realizadas na área e a importância da manutenção, medição e compreensão dos indicadores de expectativas de confiança e tendências econômicas para o país. Segundo os porta-vozes, as estatísticas produzidas no Brasil são ferramentas essenciais para ajudar a entender os ciclos econômicos e, por consequência, ampliar o conhecimento da atividade econômica do país. Ao se pronunciar, Vagner Ardeo, que também ocupa o cargo de vice-presidente do CIRET (Centro de Pesquisa Internacional de Sondagens de Tendências Econômicas), elogiou a intenção do BC em realizar o workshop e manifestou o desejo de que o evento possa se tornar um encontro frequente na agenda de pesquisa, algo ainda incipiente no Brasil em comparação a Europa e Estados Unidos.
Na sessão seguinte do workshop, moderada por Marcelo Azevedo, da CNI, foram apresentados papers de autoria de Aloisio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do Ibre, Viviane Seda, coordenadora da Sondagem do Consumidor do Ibre, Vitor Vidal Velho, também do Instituto, e Marco Malgarini, pesquisador italiano, que analisa os determinantes das expectativas de inflação do brasileiro, com base nos microdados da Sondagem do Consumidor. “Avaliamos, por exemplo, se a expectativa de inflação do consumidor muda de acordo com suas características sócio demográficas. Será que as mulheres têm uma expectativa inflacionária mais alta que os homens? Sim. As pessoas de baixa renda têm expectativa diferente das que são mais ricas? Sim, talvez pelo fato de eles terem menos acesso a informações e pelas diferenças na cesta de consumo”, explica Aloisio. Uma das conclusões do estudo, segundo ele, é a de que o consumidor calibra suas previsões olhando mais para a inflação passada que para o que os especialistas econômicos estão projetando.
Outro ensaio, realizado por Paulo Picchetti e Arnildo Correa, pesquisadores do Ibre e do BC, respectivamente, que foi apresentado no encontro, mostrou que o Monitor de Inflação produzido pelo Instituto e acompanhado pelo mercado financeiro tem influência nos resultados do Boletim Focus (BC). “É uma econometria refinada para tratar as especificidades dos dados. O estudo conclui que o Monitor de Inflação influencia as previsões de especialistas consultados pelo Banco Central”, explica Aloisio.
Na parte da tarde, no painel que contou com a moderação de Pedro Guilherme Ferreira, do Ibre, Francisco Figueiredo, organizador do encontro e pesquisador do BC, ressaltou, através de pesquisa, o poder de previsão dos índices de confiança nacionais (entre eles PMI, do HSBC, os indicadores da CNI e o INEC, coletado pelo Ibope), comparando-os. O destaque ficou com o Índice de Confiança da Indústria da FGV, indicador que se mostrou o mais eficaz para explicar o comportamento de variáveis como Produção Física da Indústria (PIM-PF), construção, PIB e investimento (FBCF). “O resultado deste estudo foi favorável aos nossos indicadores”, comenta o superintendente. E emenda: “Agora que estamos com todas as estatísticas com série histórica de pelo menos cinco anos, nossa intenção é aprofundar estudos voltados a tendências econômicas e destrinchar o que influencia determinado índice e o que exatamente ele está nos dizendo”.