A Áustria apresenta-se como um antigo centro de civilizações. Essa condição foi, em parte, determinada por sua localização geográfica; no passado situava-se no coração da Europa, na interseção de importantes vias de três grandes civilizações: a romana, a germânica e a eslava.
A civilização austríaca começa a se formar com os romanos e os celtas. Os romanos formam a província de Noricum, marcando o início de um período de prosperidade que duraria aproximadamente um século. Grande parte das atuais cidades austríacas provém de acampamentos romanos dessa época. Durante os anos seguintes a região passou a ser invadida por germânicos, hunos e húngaros, até que no ano de 955, com a derrota e expulsão dos últimos húngaros, na batalha de Lechfeld, estabeleceu-se a nação austríaca. Sobre a arquitetura pré-românica na Áustria, pouco se sabe.
O período subseqüente, chamado de romanesco, apresenta um estilo interessante, essencialmente cristão,mistura de elementos provenientes da Bavária (como as basílicas), da Lombardia (as artes decorativas), Alemanha e França. As mais preservadas edificações desse período são as catedrais de Gurk, na Coríntia e de Seckau, na Estíria. O período Gótico (séculos XIII a XV) veio trazer, não apenas um novo estilo arquitetônico, mas também um novo modo de vida. O estilo foi introduzido pelas ordens mendicantes e pelos monges cistercienses; os primeiros trouxeram o gótico italiano e os últimos, o gótico Francês.
A peculiaridade do gótico austríaco são as chamadas Hallenkirchen, igrejas com duas ou três naves com aproximadamente o mesmo tamanho; o maior exemplo é a catedral de St. Stephen em Viena, a maior e mais importante construção gótica da Áustria. No início do renascimento, a Áustria vinha se destacando nas artes plásticas (Escola do Danúbio); porém, com o crescimento do protestantismo, avesso às artes pictóricas, essa área entrou em declínio, levando a igreja católica e o governo a convocar artistas italianos.
O mesmo ocorreu com a arquitetura, que durante esse período passou simplesmente a representar a tradição italiana com influência da atmosfera austríaca. Um bom exemplo dessa fase é a catedral de Salsburgo. No final do século XVII, com o fim da ameaça turca, houve uma retomada nas construções.
O Barroco (1656 - 1730) representa o auge da arquitetura austríaca; seus maiores exponentes foram os arquitetos Johann Bernhard Fischer von Erlach (1656 - 1723) e seu rival Johann Lucas von Hildebrandt (1668 - 1745). Fischer foi o responsável pela introdução de elementos estrangeiros, particularmente italianos, no estilo austríaco; como pode ser visto no projeto da Biblioteca Nacional Austríaca, entre outros. Hildebrandt, que em 1723 sucedeu Fischer no cargo de arquiteto da corte, se destaca por suas configurações espaciais diferenciadas e decoração detalhada. Sua obra mais importante é o Belvedere, palácio de verão do príncipe Eugene, em Viena. Uma variação típica do barroco austríaco é o estilo conhecido por Teresiano, semelhante ao rococó francês, surgido durante o reinado de Maria Theresia (1740 - 1780), estilo presente no interior do palácio de Schön Brunn.
Durante a segunda metade do século XIX, a monarquia austro-húngara começa a se tornar um estadomoderno sob o reinado de Francis Joseph I; o que faz com que Viena passe a ser o centro de uma unidade econômica multinacional. A cidade torna-se também um dos pólos do historicismo mundial através de uma reestruturação urbana em grande escala que fez surgir uma grande quantidade de prédios de diversos estilos, atraindo arquitetos de todo mundo.
No final do século XIX Otto Wagner (1841 - 1918) juntamente com Adolf Loss (1870 - 1933) abandonam o historicismo e criam um novo estilo funcional que viria a ser o idioma do novo século, conhecido por estilo século XX. A mais importante obra desse estilo são as residências operárias em Viena (1915). A Áustria registra uma participação importante no desenvolvimento das linguagens arquitetônicas européias, adotando soluções estrangeiras e adaptando-as de acordo com seus próprios princípios artísticos.