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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Artigos: Trauma...Uma visão

O conceito de trauma sempre esteve presente na obra de Freud. Desde os primeiros escritos pré-psicanalíticos com Breuer até O Esboço de Psicanálise é possível encontrar alguma referência a ele. Trata-se de uma concepção que, não tendo origem na teoria psicanalítica, foi sendo desenvolvida com a própria Psicanálise, associada principalmente à etiologia das neuroses. Atribuído nas primeiras formulações à sedução de fato “vivida passivamente pelo sujeito e incrustada como um corpo estranho pelo psiquismo” (Lejarraga, 1996, p.5) ele passa a ser abordado a partir das fantasias inconscientes; ou seja, a realidade objetiva passa a ser substituída pela realidade psíquica.
O trauma está ligado à idéia de um excesso pulsional (factual ou fantasmático) que ultrapassa o princípio do prazer, irrompe a unidade do eu ameaçando-o com o desamparo. Não tendo representação inconsciente, não é possível integrá-lo a uma trama de sentidos e ele permanece, assim, como um quisto ou um umbigo.  Logo no trauma algo é impresso no psiquismo e se apaga, inscrição que, de certa forma, traça uma borda circunscrevendo o irrepresentável, o inassimilável, que Freud chamou no texto Moisés e o Monoteísmo, de “cicatrizes do ego” deixadas por “impressões de traumas primitivos”.
Nesse transbordamento pulsional dessas vivências traumáticas ocorre ruptura do semblante significante, já que elas não têm registro e nem memória, tampouco marcação significante. Assim o excesso não tem como ser amarrado, flutua como energia livre, pura angústia, pulsão de vida e de morte desintrincadas. Sem condições para abordar o irrepresentável, nada tem a ser descoberto pelo sujeito, restando-lhe a construção de um sentido. Para isso faz-se necessário um aparelho de linguagem, um registro simbólico e um Outro disponível que possa auxiliar nesta tessitura, um desafio para nós, psicanalistas.
E é o que nos propomos fazer nesta Jornada ao convidarmos todos vocês para uma re-visita ao tema, através da teoria e da clínica psicanalíticas, na construção de mais uma trama neste saber.
Bibliografia
Freud, S. Moisés e o Monoteísmo, v. XXIII, p. 13-161, ESB, Rio de Janeiro: Imago, 1975.
Lejarraga, A. L. O trauma e os seus destinos. Rio de Janeiro: Revinter, 1996. 101 p.