“No Cadernos de Saúde Pública damos preferência a tudo que é livre: do acesso aos artigos até os artigos que deixam livre o acesso aos questionários e códigos usados. Vamos também começar a discutir um assunto que passa a tomar forma nas publicações científicas: o acesso livre aos dados”, afirma Marília Sá Carvalho no editorial do volume 31, número 2 (fevereiro de 2015), já disponível on-line. EmAberto, por quê?, a pesquisadora destaca que o tipo de licença de direito autoral adotada em CSP é a mesma definida na ideia essencial de software livre. Confira a íntegra do editorial e também os artigos dos pesquisadores da Escola em mais uma edição da revista.
A seção ‘Perspectivas’ traz o trabalho coletivo de oito pesquisadores, entre eles Francisco José Roma Paumgartten (ENSP/Fiocruz), abordando o Efeito dos aditivos do tabaco na iniciação e manutenção do tabagismo. O texto destaca que a prevalência de fumantes no Brasil caiu quase pela metade ao longo das duas últimas décadas. Tal queda levou a melhorias substanciais em saúde pública no país, devido à forte associação entre tabagismo e condições mórbidas, tais como doença pulmonar obstrutiva crônica, câncer (pulmão, laringe e outros), morbidade cardiovascular e outras doenças graves. Para os autores, ‘esta história de sucesso de saúde pública é o resultado da implementação de políticas rigorosas de controle do tabaco, incluindo aumentos de impostos e preços mais elevados do cigarro, leis de ambiente livre de fumo, proibições de marketing para a indústria do tabaco, advertências de saúde, campanhas de mídia antitabagismo em massa e programas de tratamento de interrupção do tabagismo’. Entretanto, visando manter o bom resultado desta luta, os pesquisadores alertam para que as empresas de tabaco forneçam evidências científicas concretas e produzidas através de estudos metodologicamente válidos para demonstrar que os aditivos existentes nos cigarros não aumentam o risco de dependência ou tragam uma maior atratividade do produto.
Em Tradução e adaptação transcultural do instrumento da Organização Mundial da Saúde sobre o uso de sinais de alarme para dengue por profissionais de saúde, Luana Sicuro Correa, Yara Hahr Marques Hökerberg e Patrícia Brasil (INI/Fiocruz), junto com Regina Paiva Daumas (ENSP/Fiocruz), ressaltam que a identificação precoce de sinais de alarme e o tratamento de dengue grave são as principais estratégias para reduzir a letalidade da doença, principalmente em crianças, usualmente oligosintomáticas e com rápida progressão para o choque. Desta forma, o objetivo do estudo apresentado foi elaborar a versão brasileira do instrumento proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para avaliar o uso de sinais de alarme para dengue grave. Para os autores, ‘a versão brasileira do instrumento da OMS permite avaliar o uso dos sinais de alarme, preconizados nos recentes manuais de dengue’.
Indianara Maria Grando, Camile de Moraes, Walter Massa Ramalho, Diana Lucia Moura Pinho e Gilmara Lima Nascimento (UnB), junto com Brendan Flannery (CDC/Atlanta) e Marco Aurélio P. Horta (ENSP/Fiocruz) analisam oImpacto da vacina pneumocócica conjugada 10-valente na meningite pneumocócica em crianças com até dois anos de idade no Brasil no período de 2007 a 2012. Os resultados indicam uma diminuição nos indicadores de morbidade e mortalidade de meningite pneumocócica, observados dois anos após a introdução da vacina pneumocócica conjugada 10-valente, sugerindo sua efetividade.