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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Pesquisador da ENSP integra Grupo de Trabalho Global sobre Literacia em Saúde

Durante o 22º Congresso Mundial Sobre Promoção da Saúde e Educação, realizado de 22 a 26 mês de maio em Curitiba/PR, o pesquisador da ENSP Frederico Peres foi convidado e passou a integrar o Grupo de Trabalho Mundial (Global Working Group) da IUHPE (União Internacional de Promoção da Saúde e Educação) sobre Literacia em Saúde. O principal objetivo desse Grupo de Trabalho, criado há seis anos durante a 20º Congresso da IUHPE, é desenvolver e apoiar ações, políticas e pesquisas sobre literacia em saúde, reconhecendo a contribuição de literacia em saúde para a redução de disparidades na promoção da saúde e no bem-estar social, tendo como foco a busca da equidade dentro e entre os países, num contexto global. Constitui-se, ainda, como grupo assessor da Organização Mundial da Saúde sobre questões relacionadas à literacia em saúde e sua relação com a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
 
Trabalhando com o tema desde 2006, Frederico Peres acredita que a literacia em saúde é um elemento estratégico para a melhoria das ações de educação e promoção da saúde mas que, infelizmente, é pouco desenvolvido no país e na região Latino-Americana, como instrumento balizador de políticas de saúde. Segundo o pesquisador, “a literacia em saúde, entendida como um conjunto de habilidades e competências que as pessoas utilizam para buscar, compreender e dar sentido a informações sobre saúde, é um elemento que deve estar presente em todas as políticas de educação e promoção da saúde, aproximando o conhecimento e o desenvolvimento acadêmico e científico em saúde da realidade da população em geral, beneficiária direta desse saber”. 
 
Para isso, segundo Frederico, ações como a criação e a manutenção de um grupo de trabalho global, com especialistas de mais de 15 países de diversas regiões do planeta, são estratégicas para o reconhecimento dos avanços nesse campo, em diversas regiões do planeta, e o nivelamento de ações em cada uma das regiões, numa lógica solidária e participativa onde os esforços globais são transladados em escalas menores – subregionais e nacionais – permitindo que os países possam, paulatinamente, se apropriar desse conhecimento e influenciar as políticas de educação e promoção da saúde locais. 
 
Durante o 22º Congresso Mundial, onde o tema da literacia em saúde teve destaque na agenda científica e nos fóruns e reuniões pré-congresso, o Grupo de Trabalho Global sobre Literacia em Saúde se reuniu e coordenou diversas mesas e atividades, incluindo uma plenária intitulada “Literacia em Saúde em Todas as Políticas”.
 
Em recente visita a duas universidades americanas, onde cumpriu tanto uma agenda acadêmica quanto atividades de cooperação internacional da ENSP, por delegação do Diretor da Escola, Hermano Castro, Frederico Peres teve a oportunidade de proferir uma conferência sobre as demandas de literacia em saúde associadas às campanhas de educação e comunicação de riscos produzidas pelo Ministério da Saúde no âmbito das epidemias de dengue e zika. Intitulada “Epidemia de Zika Vírus no Brazil: lições, desde o território, para comunicadores de risco”, a conferência, proferida na City University of New York (CUNY), teve a participação e a organização de uma das maiores especialistas em literacia em saúde no mundo, a pesquisadora americana Christina Zarcadoolas, com a qual o pesquisador da ENSP colabora há quase uma década. Na conferência, que contou com a presença de vários especialistas em comunicação e educação em saúde dos Estados Unidos, além de professores e alunos de outras áreas da saúde, Frederico Peres apresentou os desafios e os problemas ainda existentes nas campanhas de saúde vinculadas às doenças transmitidas pelo aedes aegypti, mesmo após mais de três décadas de convívio com epidemias recorrentes de dengue no país.

Para o pesquisador, “o simples fato de não considerarmos, nas campanhas educativas nacionais, os aspectos relacionados à literacia em saúde daqueles grupos que se encontram em situação de maior vulnerabilidade quanto às doenças transmitidas pelo mosquito, por si só, já limita o alcance e a efetividade dessas ações de educação em saúde e, por consequência, o seu resultado enquanto uma iniciativa de prevenção e promoção da saúde. Temos os recursos e o conhecimento suficientes para avançarmos nesse sentido, nos falta pô-los em prática. Inclusive terminei a minha fala com trecho da conhecida canção de Beto Guedes: ‘a lição sabemos de cor, só nos resta aprender’”.

 
Parte do material que foi apresentado está sendo desenvolvido pela aluna do Programa de Doutorado em Saúde Pública da ENSP, Thais Lacerda e Silva, orientada por Frederico, cuja tese aborda as oportunidades e desafios da incorporação da literacia em saúde no escopo de campanhas de educação em saúde desenvolvidas pelo Ministério da Saúde.
 
Maiores informações sobre a IUHPE e seus Grupos de Trabalho Globais podem ser obtidas no site da União, que é órgão assessor da Organização Mundial em Saúde para assuntos de Promoção da Saúde e Literacia em Saúde: http://www.iuhpe.org/
 
A apresentação de Frederico Peres está disponível (em inglês) e pode ser acessada através do link:https://drive.google.com/file/d/0B5kAFwNOFojCbkh5azV4TXVMc3M/view?usp=sharing