Durante o V Congresso Internacional de Educação Médica, realizado em Lima, no Peru, representantes de Escolas e Centros Formadores de Saúde Pública do Brasil, Argentina, Equador, México, Paraguai, Peru e Uruguai se reuniram com a proposta de reestruturação da Rede Latino-Americana de Escolas e Centros Formadores de Saúde Pública. A iniciativa pretende ampliar as ações da RESP/Unasul – atualmente suspensa –, além de reforçar a capacidade estrutural do ensino e da pesquisa para os sistemas de saúde da América Latina por meio do intercâmbio e da colaboração em rede. As instituições participantes concordaram que a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) se mantém exercendo a Secretaria Executiva da Rede.
A nova proposta intenciona estabelecer linhas de cooperação entre os países em termos de experiências bem-sucedidas e desafios na relação entre saúde e educação, assim como apoiar a geração de habilidades para melhorar o desempenho das equipes de saúde dos sistemas, refletir sobre as competências dos formadores em saúde pública, dentre outros temas.
Presente ao encontro, o diretor da ENSP, Hermano Castro, destacou a necessidade de associar as perspectivas de gestão, da produção de conhecimento e da formação de profissionais às ações de vigilância, produção e atenção à saúde no contexto dos sistemas de saúde dos países latinos. Na sequência, Mario Rovere, professor da Universidad Nacional de Rosario, Argentina, manifestou preocupação com o enfraquecimento da Unasul e o fechamento do Instituto Sul Americano de Governo em Saúde (Isags).
No tocante aos rumos da Saúde Pública, Guilherme Frias, representante do Ministério da Saúde do Peru, refletiu acerca do contexto do sistema de saúde de seu país. “Estamos reorientando políticas como a da saúde mental e outras. Essa iniciativa, que requer aprimoramento da atenção básica, será fundamental para construção de Redes Integradas de Serviços de Saúde, incorporando a crescente participação dos cidadãos.”
40 anos do Declaração Alma-Ata
Carlos Arósquipa, consultor do Programa Sub-Regional da América do Sul da Organização Pan-Americana de Saúde, apresentou o documento sobre os 40 anos da Declaração de Alma-Ata – um produto da comissão de Alto Nível, presidido por Michele Bachelet e denominado Saúde Universal no século XXI: 40 anos de Alma-Ata. O grupo discutiu os desafios dos sistemas de saúde nas Américas e elaborou recomendações para o entendimento da saúde como um direito humano fundamental, enfatizando a atenção primária à saúde como a principal estratégia.
Na reunião, que ocorreu em 31 maio de 2019, definiram-se temas de trabalho para serem desenvolvidos até a próxima reunião. O diretor da ENSP, Hermano Castro, propôs que o referido encontro seja realizado por ocasião do III Colóquio Latino-Americano de Formação em Saúde Pública, na primeira quinzena de novembro, na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, com a aprovação dos demais presentes.