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terça-feira, 25 de abril de 2017

II SGBR vai tratar de acidentes com barragens de rejeito

Ações de prevenção a casos como o de Mariana estão entre os trabalhos

Um dos temas que devem atrair muito interesse dos participantes do II Seminário de Gestão de Riscos e Segurança de Barragens de Rejeitos (SGBR) é o de Acidentes e Incidentes com Barragens de Rejeito. Diretor de Gestão de Resíduos da Yamana Gold, o engenheiro geotécnico Rafael Jabur Bittar fez a relatoria de 14 trabalhos técnicos sobre o assunto e selecionou oito para serem apresentados no seminário, na manhã do dia 16 de maio, no Hotel Outro Minas, em Belo Horizonte (MG).
Para Bittar, o caso Mariana – rompimento de barragem da Samarco, ocorrido em 2015 – é emblemático para o setor de mineração e continuará sendo por vários anos. “O episódio remete à necessidade de uma nova forma de agir e pensar para todas as partes envolvidas na gestão, operação e regulação das barragens de rejeito.”
O engenheiro reforça que a ruptura de uma barragem de rejeitos deve ser considerada como um dos principais riscos de negócio para qualquer empresa de mineração. Mas revela que, mesmo diante de um caso de tamanha gravidade, o país não avançou na normatização de novas regras para garantir a segurança.
“Apenas o estado de Minas Gerais implantou algumas exigências adicionais referentes a auditorias extraordinárias para as barragens alteadas para montante e também proibindo a construção de novas barragens utilizando-se dessa metodologia.” Além disso, acrescentou, recentemente o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) abriu consulta pública para revisão de suas portarias. Ainda não publicadas, passarão a ser mais exigentes com alguns aspectos. Do ponto de vista prático, observa, há um movimento mundial para aumentar a confiabilidade dos depósitos.
O que chamou mais a atenção do relator entre os trabalhos que recebeu foi o aumento do uso das análises probabilísticas na avaliação de riscos de barragens de rejeitos. “Vários artigos abordam esse tema, desde a revisão sobre as metodologias atualmente disponíveis até casos reais e práticos de sua aplicação.
Além disso, há artigos que trazem critérios para a elaboração de estudos de ruptura hipotética e ações que devem ser seguidas para a operacionalização do plano de atendimento a emergência. Creio que apesar de não serem assuntos totalmente novos, são temas que irão influenciar o setor fortemente nos próximos
anos”, projeta o engenheiro.
O II SGBR compõe os grandes eventos sobre barragens organizados pelo Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB). No período de 15 a 18 de maio serão realizados, simultaneamente e no mesmo local, o XXXI Seminário Nacional de Grandes Barragens (SNGB), o IV Simpósio Internacional de Barragens de Enrocamento (SIBE) e o I Workshop sobre Barragens em Sítios com Rochas contendo Sulfetos.
Estão sendo esperados mais de 800 participantes e já há inscrições não só do Brasil, mas também de países do Cone Sul, América do Norte, Península Ibérica, além da China.
Mais informações podem ser obtidas no www.cbdb.org.br/xxxi-sngb