Nessa sexta, dia 09/01, teremos a abertura da 4ª edição do Gamboavista, projeto artístico do Galpão Gamboa (teatro do Marco Nanini e Fernando Libonati). O projeto levará para a Zona Portuária, a preços populares, espetáculos teatrais que bombaram no ano anterior, além de shows e performances.
A abertura será na sexta (dia 09/01), com “Beije minha lápide”, o mais novo sucesso de Marco Nanini. E no sábado (10/01), além da peça do Nanini, o Galpão Gamboa vai receber o show Tru & Tro com sua corja em: Desfrute ou Frite, projeto musical da cantora Letícia Novaes e do músico e cineasta Arthur Braganti.amboavista dá início à sua quarta edição com “Beije minha lápide”
Projeto do Galpão Gamboa leva para Zona Portuária espetáculos que tiveram grande repercussão em 2014, a preços populares
O ano de 2015 já começa agitado no Galpão Gamboa. A 4ª edição do projeto Gamboavista terá início nos dias 09 e 10/01, com o mais recente sucesso de Marco Nanini e a Cia. Teatro Independente, “Beije minha lápide”. Com texto de Jô Bilac e direção de Bel Garcia, o espetáculo evoca o universo de Oscar Wilde. A peça concorre aos prêmios Shell e Cesgranrio 2015 de Melhor Texto e Melhor Cenário (Cesgranrio).
Também no final de semana de abertura, no sábado, dia 10, o Garagem Gamboa receberá o show Tru & Tro com sua corja em: Desfrute ou Frite, projeto musical da cantora Letícia Novaes e do músico e cineasta Arthur Braganti. Essa será a última apresentação pública do show, que une música, teatro, prosa, poesia e manifesto.
No momento em que o Rio de Janeiro completa 450 anos, o Gamboavista, que já teve quatro edições no Galpão Gamboa e serviu de inspiração para a bem sucedida ocupação Dulcinavista, no Teatro Dulcina, no Centro, agora volta para casa: a Zona Portuária. O projeto se consolida no calendário cultural da cidade como o evento que reúne no mesmo palco as peças que mais se destacaram no ano anterior e o melhor, a preços populares.
“Chegamos à 4ª edição do Gamboavista, um dos nossos projetos mais antigos, que nasceu com o intuito de dar vista a espetáculos que tiveram destaque ao longo do ano. E, mais ainda, fazer com que, através deste estímulo, os olhos do espectador se voltem para a Gamboa, lugar tão especial, um dos maiores berços culturais do Rio de Janeiro e, atualmente, o bairro que projeta o Rio para um futuro próspero”, declara o ator e diretor Cesar Augusto, curador do projeto.
“Cada vez mais o Gamboavista se faz referência na cena cultural da cidade. Serão cinco meses de programação, repleta de ótimos espetáculos, que certamente contribuem para sinalizar a Zona Portuária como um local com destinação para a arte”, completa Fernando Libonati, diretor do Galpão Gamboa ao lado de Marco Nanini.
A programação irá até o mês de maio, com espetáculos adultos, infantis e shows. Dentre as atrações estarão: “Ricardo III”, uma idealização de Gustavo Gasparani e Sérgio Módena; “Festa de família” e “O Funeral”, direção de Bruce Gomlevsky com a Companhia Teatro Esplendor; “O líquido tátil”, do grupo Espanca! de Belo Horizonte; “Silêncio!”, de Renata Mizrahi, pelo qual Suzana Faini foi indicada a vários prêmios de melhor atriz de 2014; “Adubo ou a sutil arte de escoar pelo ralo”, do Teatro Universitário Candango, de Brasília, com Juliano Cazarré; “Buraco da lacraia cabaré on ice”, show com de Luis Lobianco, Leticia Guimarães, Éber Inácio e Sidnei Oliveira; “Não vamos pagar”, comédia de Dario Fo, dirigida por Inez Vianna; entre outros.
Em sua maior edição desde o lançamento, o projeto apresentará, pela primeira vez, montagens inéditas na cidade, como “BR Trans”, do autor e ator cearense Silvero Pereira, e “Hamlet ou morte”, espetáculo originado da esquete vencedora da última edição do FESTU (Festival de Teatro Universitário).
As crianças também não ficarão de fora. A partir do dia 17/01, o Gamboavista receberá espetáculos destinados para o público infantil, como “No ar com Lasanha e Ravioli”, mais novo trabalho da BB Companhia de Teatro, formada pelas atrizes Ana Barroso e Monica Biel; “Uma peça como eu gosto”, espetáculo com direção de Lúcio Mauro Filho e Duda Maia e texto de Marcelo Morato, que mescla histórias de Shakespeare e cultura popular brasileira; “O moço que casou com a megera”, espetáculo da Cia de Teatro Medieval, que mistura duas histórias: "O moço que casou com mulher braba", conto do escritor espanhol Don Juan Manuel, e "A megera domada", também de William Shakespeare; e, para fechar, “Pedro Malazarte e a arara gigante”, com texto de Jorge Furtado, direção de Debora Lamm e George Sauma no elenco.
Abertura: Beije minha lápide + Tru & Tro com sua corja em: Desfrute ou Frite
Beije minha lápide
Marco Nanini tinha um antigo desejo de trabalhar com a obra de Oscar Wilde (1854-1900), mas nunca elegeu – entre tantas pérolas – um texto do dramaturgo para levar ao palco. Tampouco cogitava fazer uma biografia teatral, mesmo com a rica e conturbada trajetória do irlandês. O ‘impasse’ foi rompido com “Beije a minha lápide”. A montagem conta a história de Bala (Nanini), ardoroso fã de Wilde que está preso por quebrar a barreira de vidro que isola o túmulo do escritor no célebre cemitério de Père Lachaise, em Paris.
Se o drama de Bala é fictício, a proteção da sepultura é real e foi colocada por conta de um curioso ritual que os fãs de Wilde faziam ao visitar o local, ao beijar a tal lápide. “O texto tem muitas analogias com a vida e a obra de Wilde, com algumas citações mais explícitas e outras que se refletem nas falas e nas histórias das personagens. Quem não conhece Oscar Wilde vai entender perfeitamente e esperamos que saia querendo conhecê-lo mais”, explica Nanini, responsável por convidar Bel Garcia para a direção e o jovem elenco da Cia. Teatro Independente para dividir o palco.
Carolina Pismel, Júlia Marini e Paulo Verlings vem de montagens bem-sucedidas da jovem companhia, como “Cachorro!”, “Rebu” e “Cucaracha”, todas com autoria de Jô Bilac. Já Bel Garcia, cofundadora da Cia. dos Atores, esteve como atriz na montagem de “O bem amado”, protagonizada por Nanini em 2007 e, desde então, desenvolveu carreira de diretora que culminou na premiada “Conselho de classe”, dirigida em parceria com Susana Ribeiro e também escrita por Bilac. Assim como nas montagens do grupo, elenco, direção e autor construíram juntos a dramaturgia em um processo colaborativo.
Ficha técnica – “Beije minha lápide”
Texto: Jô Bilac
Direção: Bel Garcia
Com: Marco Nanini, Carolina Pismel, Júlia Marini e Paulo Verlings
Produzido por Fernando Libonati
Figurino: Antônio Guedes
Iluminação: Beto Bruel
Cenografia: Daniela Thomas
Trilha sonora: Rafael Rocha
Realização: Pequena Central