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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Mato Grosso busca expertise da Fiocruz para solucionar problemas de saúde

Com mais de três milhões de habitantes, Mato Grosso é o décimo-nono Estado mais populoso do Brasil. Porém, conta com graves problemas de saúde que vão desde a estruturação da ordem dos serviços prestados até doenças como paracoccidioidomicose, hanseníase ou tuberculose. Em busca de mudar este panorama, o secretário estadual de Saúde de Mato Grosso, Marco Aurélio Bertúlio, esteve na Fiocruz, no dia 15 de janeiro, para alinhavar uma parceria envolvendo diversas unidades da Fundação, entre elas a Escola Nacional de Saúde Pública, sendo recebido para uma reunião pelo diretor Hermano Castro e os pesquisadores Ziadir Coutinho e Carlos Coimbra Jr.
 

“Assumi a SES-MT no início do ano e vivenciamos uma situação ímpar em nosso Estado. Além dos problemas de saúde da população, temos questões importantes de estruturação da ordem dos serviços. É inevitável que a gente tenha como referencia vir na Fiocruz, e na ENSP, para buscar esse suporte hoje da expertise existente aqui nas diversas áreas que são problemas em nosso Estado. Estou falando de assistência farmacêutica, tuberculose, hanseníase, doenças infecciosas, problemas materno-infantil”, explicou o secretário Marco Aurélio Bertúlio.

A intenção é que seja feita uma cooperação técnica para que Mato Grosso possa aproveitar a capacidade instalada e o conhecimento já existente na Fiocruz, não só da ENSP, mas também do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) e do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF) para ajudar na reestruturação do sistema de saúde local.

“No caso da ENSP, a vinda do secretário foi principalmente em busca de informações no campo da formação, aquilo que é a expertise da Escola. Estamos iniciando essa conversa para encontrar quais aproximações podemos fazer e colaborar para melhorar a saúde deste Estado. O secretário já tem uma demanda e a ideia que estamos conformando é, além do convênio com duração de quatro anos, estabelecer um cronograma com oficinas para fazer identificações de como a Escola vai contribuir e ajudar a SES-MT”, destacou o diretor Hermano Castro.

Ziadir Coutinho, pesquisador da Escola, ressaltou que Mato Grosso conta com as maiores taxas de mortalidade por paracoco. “Atualmente, o segundo hospital que mais interna com paracoccidioidomicose fica situado no município de Cáceres. Então, é necessário um olhar mais específico para esta questão”, disse Ziadir, que é especialista no tema. Outros problemas levantados pelo pesquisador é que o Estado figura também com altas taxas, tanto de incidência quanto de prevalência, de hanseníase, malária e de leishmaniose, inclusive calazar. “A Fiocruz tem um olhar muito bom nessas questões e será fundamental em dar apoio nas grandes endemias que ocorrem em Mato Grosso”, afirmou.

O próximo passo da parceria entre a SES-MT e a Fiocruz deverá acontecer em fevereiro, com uma primeira oficina de trabalho para que sejam acertados as principais demandas de saúde no Estado, principalmente no campo da formação de recursos humanos e no combate às doenças emergentes.

Na reunião de 15 de janeiro, Marco Aurélio Bertúlio foi também recebido pelo presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, e pelo diretor do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), Hayne Felipe da Silva.