Imagem: Jacomo Piccolini
O Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) acaba de concluir levantamento das mortes por raios que ocorreram em 2014 no Brasil. Os números se referem às informações fornecidas pela imprensa, Defesa Civil e Ministério da Saúde.
Houve 98 mortes no país, uma a menos do que em 2013. Desta vez, os estados que apresentaram mais vítimas fatais foram São Paulo (17 mortes), Maranhão (16), Piauí (7), Amazonas e Pará (com seis mortes cada um).
Os números de São Paulo se destacam em razão de duas tragédias que ocorreram no segundo semestre de 2014. Em 7 de novembro, foi registrada na capital a fatalidade de três moradores de rua, atingidos simultaneamente por um raio. Em 29 de dezembro, quatro banhistas receberam uma descarga atmosférica em Praia Grande. O episódio do litoral sul de São Paulo foi a segunda maior tragédia provocada diretamente por um raio na história do Brasil.
“ (...) entre 2010 e 2015, apenas em um ano o número de mortes foi maior do que cem (...) Estes números sugerem uma redução nas mortes por raios no Brasil, possivelmente devido ao aumento de informações sobre prevenção. ”Osmar Pinto Junior, coordenador do ELAT
As cidades que tiveram maior número de vítimas em 2014 foram: São Paulo com cinco vítimas no total, Praia Grande (SP) com quatro vítimas, Pauini (AM), Wanderley (BA) e Igarapé Grande (MA) com duas vítimas fatais cada.
As principais circunstâncias de morte permanecem as mesmas de outros anos: 27% das vítimas estavam em atividades agropecuárias quando foram atingidas pelo raio e 20% estavam dentro de casa. Entre todas as vítimas, 56% viviam na zona rural.
Série histórica
Com os dados de 2014, o ELAT completa 15 anos de análises de mortes por raios no Brasil. A série histórica de 2000 a 2014 apresenta, pela primeira vez, a cidade de São Paulo como a recordista em número de mortes por raios no país. No período, houve 25 mortes por descargas atmosféricas na capital paulista, contra 22 fatalidades em Manaus (AM) até 2013, a primeira colocada no ranking.
O estado de São Paulo se mantém com o maior número de vítimas, com 288 casos em 15 anos. Minas Gerais apresentou no período 132 mortes e o Rio Grande do Sul, 130 fatalidades por raios.
Outro dado que merece destaque é que, entre 2010 e 2015, apenas em um ano o número de mortes foi maior do que cem. Nos primeiros dez anos de pesquisa, em nove anos o número de mortes superou uma centena. Estes números sugerem uma redução nas mortes por raios no Brasil, possivelmente devido ao aumento de informações sobre prevenção, explica Osmar Pinto Junior, coordenador do ELAT.