Nesta quarta-feira, 08, o seminário “Desafios para o crescimento econômico” marcou o lançamento oficial do FGV Crescimento & Desenvolvimento, novo centro de estudos da Fundação Getulio Vargas. O evento contou com a participação do presidente da FGV, professor Carlos Ivan Simonsen Leal; do diretor da FGV/EPGE - Escola Brasileira de Economia e Finanças, professor Rubens Penha Cysne; dos diretores do FGV Crescimento & Desenvolvimento, professores Pedro Cavalcanti Ferreira (diretor executivo) e Roberto Castello Branco (diretor institucional); do professor Rodrigo Soares (Eesp); de Fernando Veloso (Ibre); do economista Armínio Fraga; de Ricardo Paes de Barros (Insper) e de Jairo Nicolau (UFRJ).
Segundo Pedro Cavalcanti, que fez sua apresentação sobre “o futuro da economia brasileira: baixa eficiência e baixo crescimento?”, por meio das pesquisas de campo realizadas pelo Centro, é possível observar que os países considerados “pobres” não o são por terem menos (e piores) fatores ou recursos de produção. Mas sim pelo fato de não serem eficientes, o que está ligado a diversos fatores, como má regulação, alta burocracia, barreiras comerciais, entre outros.
O economista Ricardo Paes de Barros afirmou que o Brasil está em uma situação “dramaticamente preocupante” quando se observam os indicadores de produtividade, se os cálculos estiverem corretos. “Estamos abaixo da África, que aumenta sua produtividade, em média, 2,5% ao ano, enquanto crescemos pouco mais de 1%”. Barros tomou como exemplo, ainda, a Coreia do Sul e a China. Nos anos 80, acrescentou ele, a produtividade do primeiro disparou e hoje é três vezes maior que a brasileira. Já a China tinha índices dez vezes menores que os do Brasil e hoje já está encostando no nível brasileiro.
Para Armínio Fraga, “há muito tempo o Brasil vem dando ênfase à demanda e não à oferta. É o lado da oferta que representa INVESTIMENTOS e produtividade”, explicou. Na visão de Fraga, o país poderia estar crescendo, facilmente, entre 3% e 4% ao ano. Mas, segundo ele, o Brasil vive um processo de perda de transparência na área fiscal, com a relação dívida/PIB e déficit público elevados. “Do ponto de vista macroeconômico, o cenário é de pouco investimento, baixa produtividade, alta taxa de juros e aumento da dívida pública”. No campo microeconômico, Fraga também destacou que o panorama é negativo. “Vivemos uma situação complicada nos setores elétrico e petrolífero e um ambiente de incerteza regulatória”. E acrescentou: “estamos com uma nova matriz econômica ultrapassada”.
Além de Pedro Cavalcanti e Roberto Castello Branco, o centro conta com o diretor de pesquisa João Victor Issler e um grupo de 11 pesquisadores associados, composto por professores da FGV e de universidades da América Latina, Estados Unidos e Europa. Para mais informações sobre o FGV Crescimento & Desenvolvimento, acesse osite do centro.