O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) apresentou, no dia 31 de agosto, uma agenda com uma série de medidas de estímulo ao setor de óleo e gás e que podem alavancar os investimentos no país. Os pontos apresentados reforçam as medidas que o IBP tem divulgado para tornar o setor mais competitivo: a regularidade dos leilões, o fim do operador único, a extensão do Repetro, a flexibilização das normas de conteúdo local e a revisão de regras tributárias.
A agenda positiva foi apresentada pelo secretário executivo de E&P do IBP, Antonio Guimarães, durante o I Workshop de Competitividade da Indústria Offshore, realizado no Rio de Janeiro. O evento contou com as presenças do diretor do departamento de políticas de E&P do Ministério de Minas e Energia (MME), José Botelho Neto, do presidente do IBP, Jorge Camargo, do diretor geral da Total, Maxime Rabilloud, além do presidente da Abespetro, José Firmo, e outros executivos da indústria.
Durante o evento, o representante do MME afirmou que o governo estuda medidas em caráter emergencial para melhorar o ambiente de negócios no Brasil. As mudanças estudadas, segundo Botelho, seriam no âmbito legal e regulatório e começarão a ser implementadas ainda este ano.
O diretor do departamento de políticas de E&P anunciou que, entre as medidas, estão previstas a extensão do Repetro, uma nova rodada de leilão para o ano que vem, uma outra rodada de leilão de campos marginais ainda esse ano, além de novas normas para o mercado de gás e mudanças na política de conteúdo local. “Existe uma preocupação enorme do governo sobre a competitividade dessa indústria. Por isso, estamos estudando algumas medidas urgentes que serão implementadas ainda esse semestre para estimular os investimentos”, disse.
Já o presidente do IBP, Jorge Camargo, se disse “naturalmente otimista” em relação à retomada da indústria neste semestre. “Cada vez mais temos um discurso alinhado com o governo. Está claro para mim o sentido de urgência com que o ministério vem tratando os assuntos do setor e a equipe tem demonstrado uma boa capacidade de execução. Temos razão para estar otimistas”, concluiu.
Custos
Além da agenda positiva e das medidas de estímulo ao setor, o Workshop de Competitividadeabordou também aspectos relacionados à dinâmica de preços do petróleo, a indústria de óleo e gás no mercado financeiro e como o desenvolvimento tecnológico ajudou a reduzir custos. É o caso, por exemplo, da Petrobras.
De acordo com o gerente geral de Construção de Poços Marítimos para a Bacia de Santos, Renato Pinheiro, a empresa economizou cerca de US$ 2 bilhões na construção de poços marítimos entre os anos de 2013 e 2015. A economia, disse ele, foi possível graças ao programa PRC-Poço, que implantou melhorias operacionais e otimizou os projetos.
O gerente-executivo de Libra, Fernando Borges, que também participou do evento, destacou que a Petrobras conseguiu também uma redução em até US$ 10 por barril no breakeven da área de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. A gestão estratégica de RH para a retomada do setor e medidas eficazes para execução de projetos no segmento upstream também foram alguns dos assuntos debatidos.