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sábado, 23 de maio de 2015

Publicação reúne conceitos, impactos e situação dos desastres naturais no Brasil

Os desastres naturais representam um grande desafio para o setor saúde. Cada vez mais os países, em especial o Brasil, vêm enfrentando situações de emergência e precisam estar preparados para tais ocorrências. Na busca por orientações frente a essa nova realidade mundial, técnicos e especialistas do Centro de Estudos e Pesquisas em Emergias e Desastres em Saúde (Cepedes/Fiocruz) e da Vigilância em Saúde Relacionada aos Desastres (Vigidesastres/Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador/SVS/MS) desenvolveram a publicação Desastres Naturais e Saúde no Brasil. A obra foi elaborada pela representação brasileira da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) em parceria com o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e da Fiocruz, e está disponível on-line em acesso aberto
 
Atualmente, muitos países enfrentam processos sociais de urbanização acelerada e não planejada e mudanças ambientais que determinam uma vulnerabilidade socioambiental diante de eventos geofísicos, meteorológicos, hidrológicos e/ou climatológicos gerados pela natureza. Eventos climáticos ou atmosféricos, tais como inundações, chuvas de granizo, vendavais, incêndios florestais, estiagem e seca, geadas, ondas de frio e de calor, e mesmo os deslizamentos, sempre têm um curso natural. No entanto, a inter-relação das sociedades com a natureza pode transformar esses eventos em ameaças e perigos significativos fazendo-os se tornarem desastres com graves consequências para a saúde e o bem-estar da população e das comunidades.
 
Para tanto, esta publicação traz uma abordagem dos aspectos conceituais que constituem o entendimento das ameaças e condições de vulnerabilidade frente aos desastres e seus potenciais riscos para a saúde. Ela ainda destaca uma síntese dos desastres naturais ocorridos no Brasil no período entre 1991 e 2012, e como eles afetaram a situação de saúde das populações. 
 
Com esta obra, o que se espera é contribuir para a demonstração de algumas das evidências da relação dos processos de urbanização, saúde e desenvolvimento, tanto no Brasil como em outros países da Região da América Latina e do Caribe, considerando as três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, ambiental e social; e possibilitando o fortalecimento e a ampliação de ações essenciais de saúde pública que levem em consideração o grau de complexidade das relações entre cidade, campo, ambiente e saúde frente aos desastres. Além disso, pretende-se ainda oferecer subsídios para o envolvimento e a integração de atores-chave, tanto do governo como da sociedade civil, do setor privado e da comunidade científica.
 
A publicação aponta que, em 20 anos, foram registrados no Brasil mais de 30 mil desastres que afetaram a vida de mais de mais de 96 milhões de pessoas e obrigou cerca de 6 milhões a deixassem seus lares. ‘Mesmo restrito ao período imediatamente pós-desastre (primeiros dias) e não contabilizando os impactos de médio e longo prazo sobre a mortalidade e morbidade, foram registrados quase 3,5 mil óbitos e quase 490 mil pessoas ficaram enfermas ou feridas’. Esses dados são de decretos de situação de emergência e calamidade pública por municípios brasileiros entre 2003 e 2012. 
 
Os desastres são desafio prementes para a saúde pública, pois são altamente afetados pelas mudanças climáticas e pelos processos associados ao modelo de desenvolvimento adotado. Nesse contexto, reduzir os riscos de desastres exige tanto integrar a avaliação de vulnerabilidade dos países e populações às mudanças climáticas e aos processos de desenvolvimento e seus determinantes sociais e econômicos, como também desenvolver políticas, estratégias e ações para redução das vulnerabilidades socioambientais e adaptação às mudanças climáticas.