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sábado, 16 de março de 2019

Aula inaugural da ENSP debate relação entre mineração e o bem-estar das populações

Existe mineração justa e sustentável? O desastre da Vale S.A. em Brumadinho exige uma série da reflexões acerca dos impactos, diretos e indiretos (a curto, médio e longo prazos), da mineração extrativista sobre a saúde e o bem-estar das populações. No momento em que se prepara para dar boas-vindas aos novos alunos e receber aqueles que cumprem mais uma etapa da sua formação acadêmica, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) dispõe-se a debater o valor da vida. Com o tema "A vida vale mais! Megamineração, Crimes Ambientais e Justiça Social", a ENSP/Fiocruz convida, no dia 20/3, para aula inaugural, que ocorrerá no Museu da Vida, às 9h.
 
A solenidade de abertura do ano letivo receberá os expositores Ana Flávia Quintão Fonseca, da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais e integrante do Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela e Movimento pelas Serras e Águas de Minas, o pesquisador Marcelo Firpo, coordenador do Núcleo de Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde (Neepes/ENSP), e o pesquisador José Marçal Jackson Filho, da Fundacentro. O pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da ENSP Ary Miranda coordenará a atividade. Na mesa de abertura, o diretor da ENSP, Hermano Castro, e a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, transmitirão mensagens de boas-vindas aos presentes e contextualizarão a atuação da Fiocruz na redução dos impactos da tragédia.
 
“É importante chamar atenção para o tema da mineração, uma vez que envolve temas caros à saúde pública, como a saúde do trabalhador, a saúde ambiental, a emergência e o recrudescimento de doenças, a reorganização do sistema de saúde local e diversos outros aspectos. Há três anos tivemos um grande evento como esse em Mariana, o que expõe a ausência do estado no controle de prevenção e vigilância de catástrofes”, detalhou Hermano Castro, diretor da ENSP.
 
No dia 25 de janeiro deste ano, a barragem da Mina Córrego do Feijão se rompeu, matando dezenas de pessoas e contaminando o Rio Paraopeba, um dos afluentes do Rio São Francisco. Até a noite desta terça-feira, segundo dados do Portal G1, 201 corpos foram identificados pela Polícia Civil. A busca por desaparecidos continua em Brumadinho, com 136 bombeiros militares em serviço. 
 
A atuação da Fiocruz
 
A Fiocruz, empenhada em cumprir a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, que contém o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), promoveu nos últimos anos, em sua sede no Rio de Janeiro e em suas unidades em outros estados, eventos científicos e organizou documentos que mostram, com riqueza de dados e argumentos, o quanto é danosa a atividade mineradora e o quão pouco é rigorosa e devidamente regulada. A instituição lançou uma Sala de Situação em Saúde para planejar ações de apoio aos afetados pelo rompimento da barragem e coordenar respostas de serviços em contexto emergencial, vêm divulgando estudos e pesquisas sobre os impactos da tragédia na região e prestando auxílio às secretarias de saúde e ao poder público. Confira o especial sobre o Desastre da Vale.



Serviço:

Aula inaugural da ENSP: "A vida vale mais! Megamineração, Crimes Ambientais e Justiça Social"
Dia: 20 de março de 2019
Horário: 9h
Local: Museu da Vida

Com informações do especial Desastre da Vale, da CCS/Fiocruz.