O Observatório Brasileiro de Cidades Inteligentes (OBCI) lançou o primeiro relatório da entidade durante o Smart City Expo Curitiba 2019, segunda edição brasileira do maior evento de cidades inteligentes do mundo. O objetivo do documento é explicar o que é uma cidade inteligente e como essas práticas podem ser aplicadas pelos municípios brasileiros. O Smart City 2019 começou ontem, no Expo Barigui, e termina nesta sexta-feira (22).
A OBCI foi lançada na edição do ano passado do Smart City Curitiba e tem como meta trazer informações e exemplos de iniciativas desenvolvidas em diferentes países, para que os legisladores possam idealizar projetos de leis relacionados ao desenvolvimento de smart cities. A ideia, portanto, é por meio deste relatório fazer com que vereadores e deputados estaduais e federais tenham novos conhecimentos acerca de como a tecnologia pode contribuir para o desenvolvimento das cidades.
“Mapeamos as melhores legislações acerca de cidades inteligentes para que no nosso país seja possível equalizar as leis para o bem-estar das pessoas. É um trabalho gradativo que estamos realizando de maneira intensa”, afirma Robert Janssen, um dos idealizadores do projeto.
A diretora executiva da OBCI, Claudia da Matta, reside nos Estados Unidos e de lá coordena as pesquisas para fomentar os dados e abastecer as informações contidas no relatório. “A ideia é diminuir esse gap entre a realidade tecnológica que vivemos e a legislação que existe”, conta.
Com esse relatório, algumas ideais desenvolvidas em outros municípios do exterior podem ser aplicadas no Brasil. “Um dos exemplos é o uso dos patinetes eletrônicos. É possível pensar em leis para que, a longo prazo, o uso desses dispositivos não se torne um problema tanto no trânsito quanto nas calçadas. Tem como normatizar o uso, por exemplo”, afirma Janssen.
Um dos passos centrais para que os projetos de leis sobre cidades inteligentes ganhem mais visibilidade e sejam idealizados, segundo o OBCI, é o poder público trabalhar com dados abertos. “Ao incentivar o acesso aos dados do governo, o uso e a reutilização desses dados podem contribuir na promoção da inovação, da criação de empresas e serviços criativos centrados no cidadão”, ressalta Janssen. “Não adianta não trabalhar com a nova tecnologia, é preciso harmonizar as leis para que a tecnologia seja uma retaguarda positiva para a população”, completa.