O Instituto Moreira Salles de São Paulo abre a exposição Mira Schendel, pintora, com 29 obras da artista plástica suíça radicada no Brasil. A curadoria é da historiadora Maria Eduarda Marques. A exposição, que ficou em cartaz no IMS-RJ de setembro a novembro deste ano, reúne alguns dos melhores exemplos da pintura de Mira Schendel (1919-1988), produzidos entre os anos de 1950 e 1980, pertencentes a acervos de coleções particulares e instituições. .
Ao longo de sua carreira, Mira Schendel trabalhou com diferentes materiais e linguagens, sendo mais conhecidos seus trabalhos em papel, tais como as monotipias e os objetos gráficos. Mas a pintura sempre permeou sua trajetória artística. Na mostra, serão apresentadas obras que exemplificam as diversas fases da produção pictórica da artista. Entre as décadas de 1950 e 1960, Mira Schendel produziu naturezas-mortas e telas que podem ser relacionadas com a obra do pintor italiano Giorgio Morandi, bem como óleos e têmperas nos quais introduziu letras e palavras. Na mesma época, a artista realizou as chamadas pinturas matéricas, que apresentam texturas compactas, como massa, cimento e areia. Já nos anos 1980, Mira passou a produzir têmperas monocromáticas de superfície fosca e aveludada, sobre as quais aplicava figuras geométricas em folha de ouro ou traçava formas quase invisíveis com linhas tênues e leves incisões. A mostra também apresenta exemplos dos Sarrafos, obras que tensionam as fronteiras entre a pintura, a escultura e o desenho. Segundo a curadora Maria Eduarda Marques, em Mira Schendel , pintora é possível perceber que muitos dos conteúdos que a artista desenvolveria em outros suportes (questões ligadas à fenomenologia, por exemplo) surgem primeiramente de suas experiências no campo da pintura.
SOBRE O CATÁLOGO
Além da reprodução das obras expostas e texto da curadora Maria Eduarda Marques, o catálogo reúne uma seleção de textos históricos sobre a pintura de Mira Schendel dos críticos Mário Pedrosa, Mario Schenberg, Theon Spanudis, Rodrigo Naves e Ronaldo Brito, e depoimentos inéditos de três pintores contemporâneos: Marco Giannotti, Sérgio Sister e Paulo Pasta, cujos trabalhos dialogam com aspectos da produção de Mira