O Instituto EBX promoveu o fórum “Encontros e Ideias – Cidades, Pessoas, Natureza”. Com a mediação do economista Sérgio Besserman, o encontro teve como debatedores, Vera Cordeiro, médica fundadora da Saúde Criança, uma organização social sem fins lucrativos que trabalha em prol da saúde infantil, Clóvis Borges, diretor-executivo da SPVS – Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Pedro Rivera, diretor do Studio-X Rio/Columbia University, uma rede global dedicada ao futuro das cidades.
Em sua explanação, Bessermam discorreu sobre a necessidade da integração entre o crescimento econômico e a sustentabilidade, porém defendeu o atual modelo de desenvolvimento econômico. “A Revolução Industrial nos possibilitou termos essa expectativa de vida que temos hoje que é de uma vida média acima de 80 anos de idade em alguns países. Não podemos achar que isso pode ser abandonado, mas há de se pensar uma nova perspectiva para a humanidade” – disse o economista, que atualmente preside a Câmara Técnica de Desenvolvimento Sustentável e de Governança Metropolitana da cidade do Rio de Janeiro.
Na abertura das apresentações, o arquiteto Pedro Rivera ministrou um painel sobre a nova realidade e perspectivas do Rio como cidade, a partir da integração do asfalto com a favela, lançando o conceito da cidade compartilhada. Rivera tratou do desiquilíbrio existente na conservação e restruturação da Zona Norte carioca, que hoje sofre com o abandono e falta de investimentos por parte dos entes governamentais.
Em seguida, a Dra Vera Cordeiro fez um histórico sobre o projeto Saúde Criança que foi criado 1991 quando trabalhava no Hospital da Lagoa (RJ). Cordeiro falou como o Saúde Criança desenvolve suas ações. “As famílias das crianças internadas no hospital são encaminhadas ao Saúde Criança. Lá elas passam por uma entrevista, na qual são levantadas informações a família e seu histórico que abrange as áreas de Saúde, Moradia, Cidadania, Renda Familiar e Educação” – contou diretora da instituição que já atendeu mais de 40 mil pessoas e possui mais de 10 franquias espalhadas pelo Brasil.
Por último, o ambientalista Clóvis Borges da SPVS – Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem fez um contraponto à argumentação de Sérgio Besserman. “É preciso sim reforçar a retórica da defesa do Meio Ambiente e preservação de espécies. Não podemos considerar irrelevante a discussão sobre a extinção de animais como o mico-leão dourado ou de qualquer outro. É preciso entender que eles fazem parte de um ecossistema que se relaciona direta e indiretamente com o homem” – concluiu o diretor da instituição preservacionista, criada no estado do Paraná em 1984, que trabalha por iniciativas de compensação das emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global.