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terça-feira, 12 de junho de 2018

Autoridades e especialistas debatem gargalos estruturais da educação no Brasil

O Brasil gasta 4% do PIB em educação, o que não é pouco se comparado com outros países. Segundo Daniel De Bonis, secretário-adjunto de educação do município de São Paulo, a questão é que os resultados do Brasil no exame do Pisa são muito ruins, o que indica que o investimento não está produzindo resultados. “O Brasil está apenas na frente da Indonésia e do Peru, numa lista de 45 países”. Ele foi um dos participantes do debate “Gargalos Estruturais: Educação, Financiamento e Infraestrutura”, realizado durante o evento "Desafios e Perspectivas para o Brasil", oferecido pelo OneMBA da Escola de Administração de Empresas (FGV EAESP). O curso é considerado o melhor MBA executivo da América Latina pelo Financial Times.
No mesmo evento, Ana Carla Abrão Costa (presidente do conselho de gestão fiscal do município de São Paulo) fez um balanço de diversas conquistas alcançadas pela sociedade brasileira nas últimas duas décadas, enfatizando e crescimento da renda e da produtividade, além de avanços sociais muito importantes, como a redução da mortalidade infantil e da pobreza, o aumento da expectativa de vida, de acesso a saneamento básico, entre outros. Porém, a especialista pondera que essas melhorias apenas acompanharam o quadro geral de melhoria dos países emergentes e que o Brasil ainda deixou a desejar no que se refere à redução da desigualdade. “Enquanto conseguimos tirar 17 milhões da pobreza, a China tirou 500 milhões de pessoas no mesmo período. E ainda somos o terceiro país mais desigual do mundo”,
José Ronaldo de Castro Júnior, diretor de estudos e políticas macroeconômicas do IPEA ponderou que a produtividade cresceu porque aumentou a quantidade de mão-de-obra, mas esse bônus demográfico está acabando de forma muito rápida. “Para que possamos manter esse nível de crescimento, precisamos investir em reformas que deem sustentabilidade ao crescimento”. Ambos concordaram com o secretário-adjunto de educação sobre a necessidade de repensar a formação do professor, que deveria trabalhar conteúdos mais práticos e menos teóricos e ajudar a desenvolver habilidades e competências socioemocionais nos alunos. “Não adianta despejar conteúdo. É necessário trabalhar autoestima e confiança, entre outros comportamentos”.
Para Jorge Carneiro, coordenador do OneMBA, esta ênfase na aproximação entre prática e conteúdo é algo que já é praticado nos melhores cursos de pós-graduação do país e deve ser pensada também para o ensino médio e a graduação. “Na FGV damos muita ênfase a esta aproximação com o mercado, inclusive em termos internacionais, que é o foco do OneMBA. Cada turma é composta por alunos de cerca de 20 diferentes nacionalidades que interagem com profissionais de diversos países em viagens que incluem visitas de campo a empresas no Brasil e no exterior, além de palestras com gestores de políticas públicas e executivos líderes em seus mercados”.
O debate faz parte de uma série de eventos que o OneMBA está promovendo para discutir os desafios e perspectivas para o Brasil para a próxima década.