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sexta-feira, 8 de março de 2019

Transformações do mercado PET desafiam profissionais do setor

Se há 30 anos o pet exercia basicamente uma função de guarda, hoje ele ocupa lugar de destaque na cama e no coração dos donos. Essa evolução, batizada pelo presidente da PetzSérgio Zimerman, como “do pet da porta pra fora para o pet da porta pra dentro” abriu um amplo leque de oportunidades e desafios. Essa foi a tônica da evento de abertura da 7ª.  Semana de Educação Executiva, que ocorreu na semana de 18 a 22 de fevereiro, na FGV em São Paulo.
Trata-se de um mercado entre R$ 28 e R$ 33 milhões, o que torna o Brasil o terceiro maior do mundo em faturamento e o segundo maior em volume. Seu tamanho e sua complexidade estimularam a FGV a criar um curso de curta duração abordando as suas diversas fases.
Segundo Pérsio Talarico, coordenador do curso, a qualidade da formação profissional não acompanha o ritmo de crescimento do mercado pet, que abrange áreas como petfood (alimentos), petcare, petvet e petserv.
“O setor precisa se modernizar e fazer frente aos novos hábitos dos consumidores, que já chega bem informado seja à loja de ração ou ao próprio veterinário. E existem oportunidades nas intersecções quem unem esses quatro segmentos” afirma.
O professor Cosenza explica que o curso é focado para um perfil empreendedor e deve abordar temas de conhecimento do mercado, suas particularidades, noções trabalhistas, protocolos e outras  normas de procedimento legais e relações com mercado.
Para José Carlos Rapacci, presidente da Mars Petnutrition, divisão da multinacional Mars que responde por marcas consagradas como Whiskas, Pedigree, Royal Canin e uma rede global de hospitais veterinários e clínicas de diagnóstico, o mercado brasileiro ainda tem um grande potencial de crescimento.
“O crescimento da população de animais, cachorros, gatos e outros pets segue a ordem de formação de novos lares, não do crescimento populacional. Além disso, as pessoas estão mais conscientes das vantagens de se criar um animal de estimação”, explica.
Rappaci recorre a pesquisas que apontam que cuidar de pet melhora a qualidade de vida de idosos, ajuda no tratamento para crianças com autismo e contribuem para melhorar diversos indicadores de saúde, melhorando a qualidade de vida. Diante desse quadro, segundo o executivo, paulatinamente o público tende a investir mais para cuidar melhor do seu próprio bichinho.
Mesmo assim, ainda há desafios. Entre eles, Rappaci chama a atenção para o baixo índice de conversão calórica, instrumento utilizado no setor para medir a composição da utilização de ração como meio de nutrição de animais em relação a outros meios.
No Brasil, essa taxa ainda está em 42%, contra 100% ou uma taxa superior a 100% em outros países, o que indica que os animais estão comendo uma quantidade de ração acima de suas necessidades calóricas. “Uma taxa de 42% no Brasil significa que muitos donos ainda oferecem alimentos, restos de alimentos ou prepara comida para seus próprios bichinhos, ignorando os riscos que a falta de ração pode proporcionar à sua saúde”, explicou.
Zimerman, da Petz, no entanto, atribui essa baixa conversão calórica à desinformação, identificando nesse dado uma grande oportunidade. “Muita gente acha que dar parte do churrasco ou resto de comida ao animal é um ato de amor. Quando alertados dos riscos da quantidade de sal ou de açúcar, se conscientizam e passam a oferecer a ração adequada”.