Botero a sério
Na mostra Dores da Colômbia, o artista exibe 67 obras sobre a violência em seu país
Morte na Catedral: uma das maiores telas do acervo, com quase 2 metros de altura
Personagens rechonchudos e bem-humorados povoam a obra de Fernando Botero, 79 anos. Nascido na cidade de Medellín, o consagrado pintor vive em Paris há quatro décadas, mas não se desliga da terra natal. Episódios trágicos da história recente de seu país inspiram a mostra Dores da Colômbia, com 36 desenhos, 25 pinturas e seis aquarelas de temática bem diferente da que o tornou um dos mais caros pintores do planeta.
O autor de divertidas interpretações para Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, e O Casal Arnolfini, de Jan van Eyck, aproximou-se mais, nos trabalhos desta individual, do estilo dramático de Guernica, de Pablo Picasso, ou da série de gravuras Desastres da Guerra, de Francisco Goya. No lugar das usuais figuras bonachonas, as 67 obras que vão ocupar a Caixa Cultural trazem cenas violentas repletas de vítimas de conflitos políticos que envolvem guerrilheiros, paramilitares e forças do governo. “Este é um conjunto artístico importante do ponto de vista dos direitos humanos”, afirma Denise Carvalho, diretora da Aori Produções Culturais, responsável
pela vinda da exposição ao Brasil.
Doadas por Botero ao Museu Nacional da Colômbia, as telas de cores vibrantes podem impressionar crianças e adultos suscetíveis a imagens fortes. Alguns dos quadros mais impactantes têm grandes formatos, a exemplo de Morte na Catedral (1,96 por 1,32 metro) e de O Desfile, um enterro coletivo representado em 1,92 por 1,26 metro.
Fernando Botero. Caixa Cultural — Galeria 3. Avenida Almirante Barroso, 25, Centro, ☎ 2544-7666, ↕ Carioca. → Terça a sábado, 10h às 22h; domingo, 10h às 21h. Grátis. Até 30 de outubro. A partir de terça (6). www.caixacultural.com.br.