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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

III Seminário Internacional de Matemática IAB




Ao lado da alfabetização e do ensino da Língua Portuguesa, o ensino de Matemática continua sendo um dos grandes desafios das escolas públicas. Os resultados da Prova Brasil e do PISA revelam que o desempenho dos alunos em Matemática ainda é pior do que em linguagem.

Em seminários anteriores o IAB já tratou da alfabetização e do ensino da língua. No seminário de 2010 tivemos uma primeira abordagem sobre o ensino de matemática.

Dado o interesse suscitado pelo tema e o lançamento da Coleção IAB de Matemática decidimos focar o seminário de 2011 na análise da evidência científica sobre o que efetivamente funciona no ensino de matemática nas séries iniciais.

Programação:
De 8h às 9h - credenciamento
De 9h às 12h - palestras
De 12h às 13h30 - intervalo para almoço
Das 13h30 às 17h40 horas - palestras


Cérebro e matemática: algo a ver?
Nos últimos anos, a neurociência vem dando importantes contribuições para a compreensão de como o cérebro se desenvolveu, ao longo do tempo, para lidar com quantidades, dimensões, conceitos e operações matemáticas. Os avanços da psicologia cognitiva vêm permitindo observar que – diferentemente do que propunha Jean Piaget – as crianças desde cedo são capazes de aprender conceitos matemáticos e lógicos. Mas nem tudo é simples e fácil – o cérebro humano tem mais facilidade para aprender de forma analógica – por aproximações e estimativas – do que para fazer cálculos precisos. As características do cérebro apresentam desafios que devem ser levados em conta na elaboração dos currículos e programas de ensino, desde o berço, e, sobretudo, nas séries iniciais. Esta sessão vai explicar como o cérebro se desenvolveu e como o cérebro pode ser desenvolvido para lidar com conceitos e operações matemáticas. Além dos avanços, esta sessão também irá apresentar os limites dos conhecimentos atuais da neurociência.

Matemática: o que ensinar nas séries iniciais - e antes delas.
Nas duas últimas décadas, os cientistas e os responsáveis pelos programas de ensino em diversos países se debruçaram sobre o que as crianças devem aprender de matemática, especialmente nas séries iniciais, e, em consequência, o que devem aprender antes de entrar para a escola. Embora as bases científicas para justificar os programas oferecidos sejam limitadas, é grande a convergência a respeito do que deve ser ensinado. Esta sessão vai (a) apresentar e justificar os conteúdos a ser aprendidos (b) as habilidades a serem desenvolvidas (conceitos, operação, solução de problemas) e o equilíbrio entre elas, (c) se existe uma estrutura e sequência mais adequada para consolidar um bom ensino de matemática nas séries iniciais. E, consequentemente, abordará os tópicos que as crianças podem e devem aprender ANTES de entrar para a escola.

Matemática: como ensinar nas séries iniciais.
A matemática ainda constitui um tabu para muitas pessoas e é frequentemente estigmatizada em função de gênero (não é coisa para mulheres) ou de sentimentos (a fobia da matemática). E o nível de desempenho dos alunos brasileiros nessa disciplina é muito baixo. Serão tratados tópicos sobre como ensinar, como apresentar conteúdos, o papel do contexto, exemplos familiares versus exemplos concretos (manipulação), como chegar logo à abstração, o papel da metacognição, a importância de dominar os algoritmos, o uso de calculadoras, tipos mais frequentes de erros, suas causas e como lidar com eles. Especial atenção será dada às estratégias didáticas usadas nos países asiáticos – que são os que melhor desempenho apresentam nessa disciplina. Tudo isso fundamentado nas evidências da psicologia cognitiva e na evidência empírica sobre o que efetivamente funciona na sala de aula.

Matemática: o que o professor das séries iniciais precisa saber.
Estudos comparativos de professores da China e dos Estados Unidos revelaram que os professores chineses mesmo sem ensino superior, obtêm resultados significativamente melhores com seus alunos. A razão: os professores chineses conhecem melhor a matemática elementar, ou seja, o conteúdo daquilo que ensinam. É o conhecimento dos fundamentos, e não a titulação formal, que explica grande parte do desempenho superior dos professores. Se em outros países a formação dos professores das séries iniciais já apresenta desafios, no Brasil eles são ainda maiores. Para os professores atuais, a situação é de penúria, tendo em vista as profundas lacunas na sua formação. Para os futuros professores, os desafios são ainda maiores tendo em vista a falta de políticas e orientações oficiais adequadas relativas à formação de professores das séries iniciais. O que podemos aprender da experiência bem sucedida de outros países?