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sábado, 27 de agosto de 2011

CRÔNICAS DO VERBO ENLATADO 3

 

Reconstrução

Todos os dias ao se levantar pedia a Deus, a bênção de mais um dia de saúde e paz. Todos os dias ao tomar seu café da manhã, olhava pela janela e observava o céu, as nuvens, os sons de pássaros ou trânsito de veículos, e agradecia a Deus pelo alimento e por todas as sensações que percebia a cada dia.

Todas as horas ao se movimentar pelo tempo físico-emocional, analisava os benefícios que a sabedoria dos acertos e erros adquiridos o transformara, e agredecia em silêncio a bênção de Deus.

Todas as horas em seus vários encontros e desencontros, acreditava no que era ético e moral apesar de todos e tudo, o provarem ao contrário; mas nem mesmo através das diversidades orava pela bênção da compreensão e do entendimento.

Todos os minutos sempre que sentia-se aflito ou ansioso, acompanhava os ponteiros do relógio com os olhos como se o tempo esvaisse e deliberasse suas atitudes e pensamentos, e lia escritos religiosos e teológicos, para aplacar seu desequilíbrio e o elucidar em suas dúvidas.

Todos os minutos viajava entre os segundos, febril pelas hipóteses que o tornam tão independente e responsável, que sentia-se afastado da fé tornando-o relegado a um ser no qual os valores deveriam ser construídos e mantidos pela verdade e pelo conhecimento, tendo o questionamento uma arma para novos aprendizados.

Todos os segundos mesmo sem perceber, a distância tornava-se maior todos os segundos no desencontro entre a cognição e o instinto revelavam que suas leituras, suas orações, benções e Deus, não tinham mais o mesmo significado.

Houve dias que suas lágrimas suplicavam pela luz, mas o conhecimento não deixava a ignorância o tranquilizar e lhe dar paz.

Houve dias em que a certeza e a razão, aliadas a determinadas verdades, não traduziam suas emoções em prazer, mas sim em tristes devaneios.

Houve momentos, que só a chuva e o frio o aproximava do que era preciso para a lentidão da urgência de si mesmo. Um mergulho no seu inconsciente para o encontro com a luz interior.

Houve momentos que ser pleno e consciente o tornou suficientemente esclarecido, e compreendeu seu passado e as dúvidas que no futuro serão cobradas.

Houve um segundo, apenas um pequeno lapso do tempo como num último grão de areia que escorre no vidro de uma ampulheta, olhou para o céu sem nuvens e novamente Deus.

Mas...

Todas as noites refletia e repetia quase exaustivamente que a ciência da razão por mais que torne o abstrato em concreto, não é suficiente para nos dar segurança frente a consciência social e termos plenitude do universo numa relação de harmonia e serenidade, no referente ao que somos e qual o nosso real significado.

E resolveu...

Todos os dias ao se levantar, pedia a Deus a bênção de mais um dia de saúde e paz !