Programação Mostra Retrospectiva Maristela – CCBB
Que o cinema brasileiro está em alta novamente, ninguém duvida. Mas existem filmes realizados na década de 1950 que ainda continuam quase que inéditos para o grande público, dá para acreditar?
Por isso que o CCBB apresenta a Retrospectiva Maristela, um resgate das produções da Companhia Cinematográfica homônima, numa mostra integral que começa no Rio de Janeiro, vai para São Paulo (03 a 14/08) e em seguida, aterrisa em Brasília (16 a 28/08).
O conjunto traz debates sobre o cinema brasileiro e 16 filmes – alguns exibidos em película – com tramas cômicas, dramáticas e até de ação. A lista ainda conta com algumas raridades como a primeira adaptação da obra “Presença de Anita”, e “O Comprador de fazendas”, primeira adaptação de um conto de Monteiro Lobato para as telonas.
CCBB RJ: de 02 a 14 de agosto
Rua 1º de Março, 66 – Centro (próximo à Igreja da Candelária)
Entrada: Cinepasse
R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia-entrada). Passe que dá direito a ver todas as sessões da mostra (mediante retirada de senha 30 minutos antes de cada sessão e sujeito à lotação).
Depois do jump você confere a lista de filmes e suas sinopses:
Presença de Anita (Rugero Jacobi, 1950).
Estrelando as atrizes Antoinette Morineau (filha) e Henriette Morineau (mãe), é um drama psicológico baseado no mesmo livro de Mário Donato que também foi adaptado posteriormente na minissérie da Rede Globo, com Mel Lisboa.
Susana e o Presidente (Rugero Jacobi, 1950).
Comédia romântica cuja trama gira ao redor de moças que trabalham fora de casa numa época em que isso ainda era algo pouco frequente. O filme ainda traz imagens raríssimas do jogador da seleção brasileira de futebol e inventor da “bicicleta”, Leonidas da Silva, o “Diamante Negro”.
Meu destino é pecar (Manuel Pelufo, 1951).
Primeira adaptação para o cinema de uma obra do dramaturgo Nelson Rodrigues, esse filme leva às telas o folhetim em que ele assinava com o pseudônimo Suzana Flag. O filme foi uma co-produção internacional com o México, sendo dirigido por um diretor mexicano.
O Comprador de fazendas (Alberto Pieralisi, 1951)
Adaptação de um conto de Monteiro Lobato que traz como protagonista o grande astro Procópio Ferreira. A música da trilha-sonora foi composta pelo rei do baião, Luiz Gonzaga, que a interpreta no filme.
Simão, o caolho (Alberto Cavalcanti, 1952).
Primeiro filme dirigido no Brasil pelo grande diretor Alberto Cavalcanti, o único brasileiro que possuía renome no cinema internacional por sua participação nos movimentos do cinema poético francês e no documentarismo inglês. Trata-se de uma comédia de costumes misturada com sátira política que se tornou um clássico do cinema brasileiro. Estrelado pelo grande cômico Mesquitinha.
Mãos sangrentas (Carlos Hugo Christensen, 1955)
Co-produção com Argentina e México dirigido pelo argentino Carlos Hugo Christensen, que realizou outros importantes filmes no país. Trata-se da dramatização da fuga real de detentos do presídio da Ilha de Anchieta, ao largo de Ubatuba. O filme provocou grande impacto por seu realismo e violência, sendo exibido no prestigiado Festival de Veneza. No elenco, a atriz Tônia Carreiro no auge de sua beleza.
Quem matou Anabela? (Didier Hamza, 1956)
Em uma trama no estilo dos romances de Agatha Christie, um policial tenta desvendar a morte da belíssima Anabela interrogando os diversos moradores de uma pensão. O filme estrela a atriz e dançarina Ana Esmeralda, que desempenha diferentes versões para a personagem principal. Esse longa-metragem também marca o único encontro nas telas entre os astros Procópio Ferreira e Jaime Costa.
Pensão de Dona Stela (Alfredo Palácios, Ference Fekete, 1956)
Comédia musical baseada em peça de grande sucesso que se revela uma verdadeira e deliciosa chanchada paulista. Ao invés do samba de compositores cariocas, destacam-se as composições do mestre Adoniran Barbosa, que atua também como ator.
Getúlio, glória e drama de um povo (Mário Audrá Jr., 1956)
Documentário que se utiliza de imagens de arquivo para contar a trajetória pessoal e política de Getúlio Vargas pouco após o seu trágico suicídio. Valioso documento histórico que revela o fascínio provocado pelo “pai dos pobres” e que esse filme retratou em seu auge.
Arara vermelha (Tom Payne, 1957)
Baseado em romance de José Mauro Vasconcelos, é um drama violento e realista em que fugitivos lutam pela posse de uma pedra preciosa. Filmado em locações reais em aldeias indígenas, o longa-metragem traz no elenco os astros Anselmo Duarte e Odete Lara.
Casei-me com um xavante (Alfredo Palácios, 1957).
Homem branco sobrevive a acidente aéreo no Alto Xingu e acaba indo viver junto aos índios. Uma expedição vai resgatá-lo, resultando em cenas divertidas e muitas risadas. O futuro diretor Luis Sérgio Person colaborou no roteiro e participa como ator.
Vou te contá (Alfredo Palácios, 1958)
Comédia popular realizada no último ano de vida da Maristela que conta com a presença do músico Chocolate. A história se passa numa boate muito original, dando origem a cenas hilariantes e obviamente a muitas músicas. Filme essencial para o estudo da “chanchada paulista”.
O canto do mar (dir. Alberto Cavalcanti, 1953)
No litoral nordestino, que acolhe migrantes do sertão à espera de viagem para o Sul, o drama de uma família em desestruturação devido a problemas financeiros e psicológicos motivados pela miséria.
Mulher de verdade (dir. Alberto Cavalcanti, 1954)
Uma enfermeira se passa por solteira quando na verdade leva uma vida dupla e é casada com dois homens, um pobre e outro rico. No elenco o comediante Cole.
O Cinema Nacional em Marcha (dir. Jacques Deheinzelin, 1951)
Documentário que retrata uma visita aos estúdios da Cinematográfica Maristela, desvendando para o público os mistérios que envolvem a realização de um filme. São mostrados os equipamentos de fotografia e som, os depósitos de negativos, a produção dos cenários, os sets de filmagens, os camarins e salas de maquiagens, até os escritórios e a sala de projeção.
Ana (dir. Alex Viany, 1955)
Escrito por Jorge Amado, o filme trata da migração de retirantes nordestinos e a exploração a que eles estão sujeitos através de história de Ana, que viaja num pau-de-arara em busca de uma vida melhor.RJ – 2 a 14 de agosto de 2011
Terça-feira (02/08):- Às 17h, “Casei-me com um xavante”, de Alfredo Palácios (Brasil, 1957). 16mm, 88min, P&B. Livre.
- Às 19h, “O comprador de fazendas”, de Alberto Pieralisi (Brasil, 1951). 35mm, 90min, P&B. Livre.
Quarta-feira (03/08):
- 17h, “Meu destino é pecar”, de Manuel Peluffo (Brasil, 1952). 35mm, 72min, P&B. Não recomendado para menores de 14 anos.
- 19h, “O canto do mar”, de Alberto Cavalcanti (Brasil, 1953). 35mm, 87min, P&B.Não recomendado para menores de 14 anos.
Quinta-feira (04/08):
- Às 17h, “Mãos sangrentas”, de Carlos Hugo Christensen (Brasil, 1954). Beta, 90min, P&B. Não recomendado para menores de 18 anos.
- Às 19h, “Arara vermelha”, de Tom Payne (Brasil, 1957). 35mm (cópia nova), 97min, P&B. Não recomendado para menores de 14 anos.
Sexta-feira (05/08):
- 15h, “Presença de Anita”, de Ruggero Jacobbi (Brasil, 1951). 35mm (cópia nova), 97min, P&B. Não recomendado para menores de 14 anos.
- 17h, “O canto do mar”, de Alberto Cavalcanti (Brasil, 1953). 35mm, 87min, P&B. Não recomendado para menores de 14 anos.
- 19h, “Casei-me com um xavante”, de Alfredo Palácios (Brasil, 1957). 16mm, 88min, P&B. Livre.
Sábado (06/08):
- 15h, “Meu destino é pecar”, de Manuel Peluffo (Brasil, 1952). 35mm, 72min, P&B. Não recomendado para menores de 14 anos.
- 17h, “Presença de Anita”, de Ruggero Jacobbi (Brasil, 1951). Não recomendado para menores de 14 anos.
- 19h, “Ana”, de Alex Viany (Brasil, 1955). 25min (curta-metragem), P&B. Não recomendado para menores de 14 anos.
Debate: “Os gêneros no cinema brasileiro: melodramas e aventuras”, com: Rarafel de Luna Freire (curador da mostra) e Mariana Baltar (UFF).
Mediação: João Luiz Vieira (UFF).
Domingo (07/08):
- 15h, “Arara vermelha”, de Tom Payne (Brasil, 1957). 35mm (cópia nova), 97min, P&B. Não recomendado para menores de 14 anos.
- 17h, “O comprador de fazendas”, de Alberto Pieralisi (Brasil, 1951). 35mm, 90min, P&B. Livre.
- 19h, “Mãos sangrentas”, de Carlos Hugo Christensen (Brasil, 1954). Beta, 90min, P&B. Não recomendado para menores de 18 anos.
Terça (09/08):
- 17h, “Susana e o presidente”, de Ruggero Jacobbi (Brasil, 1951). 35mm (cópia nova), P&B, 79min Livre.
- 19h, “Getúlio, glória e drama de um povo”, de Alfredo Palácios (Brasil, 1956). 35mm, 85min, P&B. Livre.
Quarta (10/08):
- 17h, ”Vou te contá…”, de Alfredo Palácios (Brasil, 1958). 35mm (cópia nova), 90min. P&B. Livre.
- 19h, “O cinema nacional em marcha…”, de Jacques Deheinzelin (Brasil, 1951). 35mm (cópia nova), 10min, P&B. Livre
Debate: ”O cinema brasileiro industrial e independente”, com Afrânio Mendes Catani (USP) e Luís Alberto Rocha Melo (UFJF).
Mediação: Rafael de Luna Freire.
Quinta (11/08):
- 17h, “Simão, o caolho”, de Alberto Cavalcanti (Brasil, 1952). 35mm, 95min, P&B. Livre.
- 19h, “Quem matou Anabela?”, de D. A. Hamza (Brasil, 1956). 16mm, 93min, P&B. Não recomendado para menores de 14 anos.
Sexta (12/08):
- 15h, “A pensão de D. Estela”, de Alfredo Palácios e Frenc Frekete (Brasil, 1956). 16mm, 95min, P&B. Livre.
- 17h, “Mulher de verdade”, de Alberto Cavalcanti (Brasil, 1954). 35mm (cópia nova), 107min, P&B. Não recomendado para menores de 14 anos.
- 19h, “Susana e o presidente”, de Ruggero Jacobbi (Brasil, 1951). 35mm (cópia nova), P&B, 79min Livre.
Sábado (13/08):
- 15h, “Getúlio, glória e drama de um povo”, de Alfredo Palácios (Brasil, 1956). 35mm, 85min, P&B. Livre.
- 17h, “A pensão de D. Estela”, de Alfredo Palácios e Frenc Frekete (Brasil, 1956). 16mm, 95min, P&B. Livre.
- 19h, ”Vou te contá…”, de Alfredo Palácios (Brasil, 1958). 35mm (cópia nova), 90min. P&B. Livre.
Domingo (14/08):
- 15h, ”Mulher de verdade”, de Alberto Cavalcanti (Brasil, 1954). 35mm (cópia nova), 107min, P&B. Não recomendado para menores de 14 anos.
- 17h, “Quem matou Anabela?”, de D. A. Hamza (Brasil, 1956). 16mm, 93min, P&B. Não recomendado para menores de 14 anos.
- 19h, “Simão, o caolho”, de Alberto Cavalcanti (Brasil, 1952). 35mm, 95min, P&B. Livre.