Nesta segunda-feira (08) será lançado o documentário “Roberto Marinho – O Senhor do Seu Tempo”, realizado pela FBL Criação e Produção, produtora de Rozane Braga, fundada por ela e pelo jornalista Fernando Barbosa Lima, morto em setembro de 2008. O documentário faz parte da série “Os grandes Brasileiros” que já homenageou Tancredo Neves, José Sarney, o jornalista Sérgio Cabral, Ziraldo e Darcy Ribeiro
A série começou em 2000 quando Barbosa Lima Sobrinho faleceu. “Acabamos percebendo que todas as TVs a cabo davam muita ênfase a biografia de pessoas de fora e temos brasileiros que fizeram muito pelo país. Quando o Dr. Barbosa Lima morreu resolvemos fazer o documentário sobre ele” explica Rozane . Daí em diante, outros filmes sobre a vida de brasileiros que tiveram atuação de destaque em suas áreas foram produzidos.
O documentário sobre Roberto Marinho levou um ano para ser finalizado e Rozane conta que não teve empecilhos na produção. “Não tivemos nenhuma dificuldade. O grande desafio foi contar a vida de um homem de 98 anos extremamente ativo em 56 minutos. Tivemos total apoio dos filhos e não é um projeto da Globo. É totalmente independente”, explica.
O cenário para boa parte do filme é a casa em que o empresário e jornalista morou por mais de 60 anos. Foi na residência do Cosme Velho, inclusive, que Roberto Marinho passou mal antes de ser levado ao hospital e falecer, em agosto de 2003. O mordomo Edgar Peixoto conta com detalhes como foi esse dia.
Sem deixar de lado sua atuação profissional e as polêmicas – o filme fala sobre diversos momentos importantes da carreira de Roberto Marinho como o início do jornal O Globo, criação da TV Globo, caso Time Life, relação com o governo militar e desavenças com Leonel Brizola -, o documentário dá grande destaque a características e gostos pessoais de Roberto Marinho. Figuras como o próprio Brizola, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Lula e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, deram depoimentos para o filme.
Apesar das diferentes facetas de Roberto Marinho, Rozane não tem dúvida de que a atuação como empresário é a mais significativa. “Apesar da veia jornalística ser forte – a paixão dele era o jornal – ele era um empresário de comunicação. Conseguiu ver perceber a importância das outra mídias, do rádio, da TV. Ele era um homem visionário em termos de comunicação, o que é uma característica de empresário”, diz.
O documentário será distribuído gratuitamente para universidades, bibliotecas, colégios, instituições, empresas e órgãos do governo, e estará à venda em toda a rede da Livraria Cultura. Os próximos filmes da série são sobre Portinari, que será lançado ainda este ano, e sobre Fernando Henrique Cardoso, previsto para o final de 2012.