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domingo, 4 de setembro de 2011

CRÔNICAS DO VERBO ENLATADO 6

Thor e Eu





Como toda boa estória, essa também começará com um era uma vez...então...
Era uma vez, em um dia quente mas nem tanto, com os passos não muito apressados mas já com um desejo de encontro por algo quente e diferente, surge em uma esquina um pequeno, pequenino vulto marrom, saltitante e cativante a qualquer olhar despercebido ou não.
Um cachorro, o símbolo da amizade incondicional, do cuidado responsável da afabilidade e compreensão imediata. Seus olhos pediam o carinho e a adoção imediatos, como um socorro no vazio de onde estava repleto de pessoas e do comércio que revelava em sua venda.
E num rompante, num movimento, surgiu a decisão imprecisa mas necessária de sua aquisição em minha vida, aquecendo uma nova perspectiva de um coração abandonado por um animal de estimação.
E lá fomos nós, dois seres, duas espécies diferentes mais unidos por uma simbiose saudável, uma cumplicidade de novo-velhos amigos que perduraria sem tempo determinado, mas com uma alegria imutável, pois nunca nada teria mais valor do que um encontro descompromissado de dois sorrisos.
Nossos primeiros momentos, acalentaram novidades que me provariam uma certa singularidade. Como estava viajando, ele participou de eventos culturais como teatro, exposições e até uma danceteria com shows.
Novidades sempre existiram, mas com a participação de um cão, nunca. E até chegarmos ao lar que longe se mostrava pelas horas que desfilaram, procuramos um entendimento em relação a novas regras para ambos; e o que fazer, quando se derrete frente à face amiga de um ser tão frágil que parece pedir amor em cada travessura.
Jornalista Paulo de Souza