O que sapatos, pregos, guarda-chuvas, molas, bolinhas de pingue- pongue, chapinhas e ventosas podem ter em comum? São objetos e peças do nosso cotidiano, seria uma das hipóteses. Mas o artista carioca Romano juntou todos esses objetos e matérias para criar uma obra de arte. Para ser mais preciso, elementos para uma performance.
Quando Marcel Duchamp colocou pregos num ferro de passar roupa e prendeu um banco numa roda de bicicleta, ele não estava, apenas, incorporando uma nova função, ou disfunção, ao objeto, estava lhe instituindo, também, uma nova dimensão. Ao transportá-lo de um ambiente doméstico e cotidiano para um ambiente onde nada sendo utilitário tudo pode ser estético, lhe é atribuído um valor artístico.
Os objetos criados pelo artista plástico Romano não se limitam, apenas, a uma relação com o ready made criado por Duchamp, eles estendem-se, principalmente, aos neoconcretistas, como os artistas Hélio Oiticica e Lygia Clark. Para os neoconcretistas o objeto faz parte de uma ação participativa do corpo e, portanto, de uma ação do espectador. Para que haja a manifestação artística, deverá haver a participação do espectador.
Romano criou o projeto Intrasom, composto por sapatos e guarda-chuvas sonoros, e sapatos eletrônicos, objetos capazes de gerar som por intermédio dos movimentos de 3 bailarinos (Coletivo Pague e Leve) e por meio da amplificação do som. Criou, também, pequenos palcos de madeira modulares que serão cobertos por diversos materiais – madeira, lixa, vidro, latas de alumínio, carvão e cobre – e sobre eles, por alguns minutos, os bailarinos farão uma performance. Depois disso, tanto os palcos como os sapatos poderão ser usados pelo público que estiver no local e se interessar em participar da experiência sonora.
O trabalho de Romano poderá ser visto no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro neste sábado, dia 11 de junho, a partir das 14h, e no dia 25 de junho, a partir das 15h. O evento Intrasom, que ocupará os Pilotis e a Cinemateca do museu, com performances e vídeo do artista.
O projeto tem patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura, por intermédio do edital de Artes Visuais de 2010, e foi um dos 16 projetos aprovados daquele ano. O edital tem periodicidade anual, e o próximo está programado para o 2º semestre.
Para o artista, o seu trabalho está numa área fronteiriça entre dança, performance e música, e o corpo é o agente ativo de sua ação. “O papel do artista não é de ficar no centro da obra, quem ocupa esse papel agora é o espectador, e o bailarino é o movimento e o tempo de sua obra”, afirma Romano.
Pioneiro em ações que envolvem a utilização de rádio em espaços urbanos, Romano, junto com o maestro Guilherme Vaz – fundador da Unidade Experimental do MAM-RJ na década de 60– vão reapresentar a obra “Crude, Música para Paredes”, feita pelo maestro, em 1973, para Bienal de Paris e que abriu a Bienal do Mercosul em 2009.
Programação:
11 de junho
14h - Cinemateca
Mesa de abertura - Romano, Guilherme Vaz, Marisa Flórido, Luiz Camillo Osorio
15h - Cinemateca
Exibição do vídeo “Intrasom” (2011) sobre a obra do artista
15h30 - Pilotis
Início da ação "Guarda Chuvas Sonoros", de Romano, com o Coletivo Pague Leve (Italmar Vasconcellos, Morena Paiva e Marina Pachecco)
16h15 - Pilotis
“Crude, Música para Paredes”, de Guilherme Vaz apresentado originalmente na VIII Bienal de Paris em 1973. Ação de Guilherme Vaz e Romano criada especificamente para o MAM Rio.
25 de junho
15h - Cinemateca
Exibição do vídeo “Intrasom” (2011) sobre a obra do artista
15h30 - Pilotis
Início da ação "Sapatos Sonoros" (eletrônico), de Romano, com o Coletivo Pague Leve
16h15 - Pilotis
Ação “Sound Shoes” (acústico), de Romano
Ação criada especificamente para o MAM Rio
Encerramento no Pilotis
Quando Marcel Duchamp colocou pregos num ferro de passar roupa e prendeu um banco numa roda de bicicleta, ele não estava, apenas, incorporando uma nova função, ou disfunção, ao objeto, estava lhe instituindo, também, uma nova dimensão. Ao transportá-lo de um ambiente doméstico e cotidiano para um ambiente onde nada sendo utilitário tudo pode ser estético, lhe é atribuído um valor artístico.
Os objetos criados pelo artista plástico Romano não se limitam, apenas, a uma relação com o ready made criado por Duchamp, eles estendem-se, principalmente, aos neoconcretistas, como os artistas Hélio Oiticica e Lygia Clark. Para os neoconcretistas o objeto faz parte de uma ação participativa do corpo e, portanto, de uma ação do espectador. Para que haja a manifestação artística, deverá haver a participação do espectador.
Romano criou o projeto Intrasom, composto por sapatos e guarda-chuvas sonoros, e sapatos eletrônicos, objetos capazes de gerar som por intermédio dos movimentos de 3 bailarinos (Coletivo Pague e Leve) e por meio da amplificação do som. Criou, também, pequenos palcos de madeira modulares que serão cobertos por diversos materiais – madeira, lixa, vidro, latas de alumínio, carvão e cobre – e sobre eles, por alguns minutos, os bailarinos farão uma performance. Depois disso, tanto os palcos como os sapatos poderão ser usados pelo público que estiver no local e se interessar em participar da experiência sonora.
O trabalho de Romano poderá ser visto no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro neste sábado, dia 11 de junho, a partir das 14h, e no dia 25 de junho, a partir das 15h. O evento Intrasom, que ocupará os Pilotis e a Cinemateca do museu, com performances e vídeo do artista.
O projeto tem patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura, por intermédio do edital de Artes Visuais de 2010, e foi um dos 16 projetos aprovados daquele ano. O edital tem periodicidade anual, e o próximo está programado para o 2º semestre.
Para o artista, o seu trabalho está numa área fronteiriça entre dança, performance e música, e o corpo é o agente ativo de sua ação. “O papel do artista não é de ficar no centro da obra, quem ocupa esse papel agora é o espectador, e o bailarino é o movimento e o tempo de sua obra”, afirma Romano.
Pioneiro em ações que envolvem a utilização de rádio em espaços urbanos, Romano, junto com o maestro Guilherme Vaz – fundador da Unidade Experimental do MAM-RJ na década de 60– vão reapresentar a obra “Crude, Música para Paredes”, feita pelo maestro, em 1973, para Bienal de Paris e que abriu a Bienal do Mercosul em 2009.
Programação:
11 de junho
14h - Cinemateca
Mesa de abertura - Romano, Guilherme Vaz, Marisa Flórido, Luiz Camillo Osorio
15h - Cinemateca
Exibição do vídeo “Intrasom” (2011) sobre a obra do artista
15h30 - Pilotis
Início da ação "Guarda Chuvas Sonoros", de Romano, com o Coletivo Pague Leve (Italmar Vasconcellos, Morena Paiva e Marina Pachecco)
16h15 - Pilotis
“Crude, Música para Paredes”, de Guilherme Vaz apresentado originalmente na VIII Bienal de Paris em 1973. Ação de Guilherme Vaz e Romano criada especificamente para o MAM Rio.
25 de junho
15h - Cinemateca
Exibição do vídeo “Intrasom” (2011) sobre a obra do artista
15h30 - Pilotis
Início da ação "Sapatos Sonoros" (eletrônico), de Romano, com o Coletivo Pague Leve
16h15 - Pilotis
Ação “Sound Shoes” (acústico), de Romano
Ação criada especificamente para o MAM Rio
Encerramento no Pilotis