Uma exposição inédita com obras dos mais importantes fotógrafos de vanguarda, brasileiros e estrangeiros, da arte contemporânea marca amanhã (30), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a abertura do FotoRio 2011 – Encontro Internacional de Fotografia do Rio de Janeiro. Realizado desde 2003, o evento bienal toma conta de vários espaços culturais da cidade, nos meses de junho e julho, com dezenas de mostras que valorizam a fotografia como arte e bem cultural.
O autorretrato é ponto de partida da exposição Eu me Desdobro em Muitos – A Autorrepresentação na Fotografia Contemporânea”. O evento é resultado de uma parceria entre o FotoRio 2011 e a Maison Européenne de la Photographie (MEP), de Paris. A mostra apresenta 69 obras de sete fotógrafos brasileiros e 14 estrangeiros. Além das fotos, complementam a exposição uma seleção de cinco vídeos curtos e interativos, com curadoria do diretor da MEP, Jean-Luc Monterosso, e a instalação Esteoroscopia, do carioca André Parente.
Para chegar à seleção final das obras expostas, os curadores Joana Mazza e Milton Guran acompanharam, ao longo dos últimos dois anos, festivais e mostras de fotografias em vários países. A exemplo do que foi para a pintura durante séculos, o retrato deu à fotografia um rosto, tanto que no senso comum, as duas palavras viraram sinônimos. Os curadores, no entanto, buscavam mais do que fotos em que os autores se retratavam.
“As fotos vão além de um autorretrato. Quando a gente define como autorrepresentação, isto significa ir além do sujeito. O fotógrafo tem um papel, um personagem. Essa é a proposta artística da exposição”, explica a curadora Joana Mazza. Os trabalhos selecionados representam, segundo os curadores, uma síntese da tradição do autorretrato da pintura como forma de expressão surgida no século 20, como a body art e a performance.
A imagem do fotógrafo e performer paulista Alisson Gothz, que faz parte da mostra, exemplifica a interligação entre obra e artista no conceito e na forma. Ghotz registra em imagens suas “produções” para sair na noite de São Paulo e posta essas transformações na internet, em seu próprio site ou nos canais das redes sociais. Já Helenbar, alterego virtual da designer carioca Helena Barros, professora da Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), elabora imagens sofisticadas, com referência à pintura renascentista e ao barroco. Para isto, utiliza recursos contemporâneos, como o photoshop.
Entre outros nomes da vanguarda mundial da fotografia, estão, na exposição, o mexicano Gerardo Montiel Klint, a argentina Tatiana Parcero, o norueguês Bjorn Sterri e uma série de artistas da coleção da MEP, como o norte-americano Robert Mapplethorpe, e as duplas Gilbert & Georg, da Inglaterra, e Pierre & Gilles, da França.
A exposição abre para o público, com entrada franca, na terça-feira (31) e permanece em cartaz até 10 de julho, com visitação de terça-feira a domingo, das 9h às 21h. Nos dias 1º, 2, 3, 4 e 14 de junho, o CCBB vai promover visitas guiadas à mostra, de 17h às 19h, com comentários dos curadores e de artistas participantes. O Centro Cultural Banco do Brasil fica na Rua 1º de Março, 66, no centro do Rio de Janeiro.