Álbuns unindo artistas e escritores brasileiros
Quem perderia um encontro entre Siron Franco e Manuel de Barros?
É possível imaginar o resultado de um livro em que Vinicius de Moraes e Carlos Leão são os autores?
E manuscritos de Paulo Coelho ilustrados por sua mulher, Cristina Oiticica?
Todos esses belos exemplos e mais sete encontros imperdíveis estão na mostra “Palavra e Imagem”, que o Centro Cultural Correios, Centro-RJ, apresenta desde o dia 13 de abril. Os manuscritos pertencem ao acervo da Lithos Edições de Arte e foram produzidos ao longo dos últimos 35 anos. São serigrafias, numeradas e assinadas, com imagens e textos de nomes como, Carlos Drummond de Andrade e Enrico Bianco, Marly de Oliveira e Carlos Scliar. Essas junções não obedeceram ao tradicional trabalho de ilustração sobre uma obra literária, com exceção de Carybé e Jorge Amado no álbum “O compadre de Ogun”. Prevaleceu a inspiração sobre um tema no caso de Armando Freitas filho e as seis gravuras de Anna Letycia.
A exposição apresenta obras para todos os gostos, como o curioso Cahier d’ Artiste, único caso da mostra em que texto e litografias são da mesma pessoa, o consagrado Rubens Gerchman, egresso da chamada geração 80. Ainda como curiosidades, a reunião de ditos populares, reunidos por Álvaro Vale e casados aos desenhos de Romanelli. Esse álbum, em especial, apresenta uma característica única: os textos foram vertidos para o japonês e a série de apenas sete exemplares, foi oferecida ao então Imperador Hiroito, em sua passagem pelo Brasil.
O público vai contar, ainda, com a representativa obra “Dez Visões Rupestres”, recriação que Siron Franco produziu junto ao texto de Ferreira Gullar. O artista se inspirou em inscrições pré-históricas gravadas em rocha no Brasil central.